por Queila Schmidt da Rosa
Lá embaixo, no final do rio, nossos planos terão destino certo, preparados pelo Senhor
"Não podendo, porém, escondê-lo por mais tempo, tomou um cesto de junco, calafetou-o com betume e piche e, pondo nele o menino, largou-o no carriçal à beira do rio." (Êx 2.3.)
Seus sonhos estão dentro da vontade de Deus? Perguntinha difícil essa, não? Em minha mente isso tem ecoado tão intensamente, que algumas vezes pensava em estagnar e esperar Deus agir. Mas Deus não quer que fiquemos parados. Ele quer uma pequena – mas prepare-se - difícil ação.
Você deve lembrar da história narrada em Êxodo, no capítulo 2, quando a mãe do bebê, futuramente nomeado Moisés, pega aquele filho e, acomodando-o bem dentro de um cestinho, larga o cesto no rio. Conhecemos bem a história e, frequentemente, analisamos a ousadia das parteiras, narrado no capítulo anterior, e seu temor a Deus, a coragem daquela mãe, a expectativa de sua irmã, que acompanhou o cestinho até que este teve um destino. Mas ainda não tinha pensado no sentimento daquela mãe no momento em que chegou à margem do rio.
Um bebê de três meses é lindo! Independente das boas ou más influências genéticas dos pais, toda criança nesta fase é admirada e desperta em nós sentimentos de afeto, de amor. Mas junto com toda sua meiguice, a criança começa a se expressar de várias formas – e isso não podemos impedir. Aquela mãe não podia mais esconder a criança (que se encontrada com a mulher hebréia seria morta pelos egípcios), pois seu choro e demais expressões começavam a ficar mais evidentes a cada dia. Era preciso que ela se desfizesse daquele bebê. Ela precisava abrir mão do que tanto amava para que os planos de Deus continuassem a se realizar.
Penso naquela mãe ajoelhada diante do rio Nilo com seu filho dentro do cesto. Um rostinho expressando tanta tranquilidade, sem saber o que estava acontecendo, seria após longos anos, um dos maiores líderes do povo de Deus em toda a história. E aquela mãe, ainda segurando com força o cesto, com medo de se desfazer dele, começa a chorar e se colocar diante de Deus. Creio que naquele momento ela conversava com o Senhor e dizia: “Deus, eu fiz tudo o que podia, mas não consigo mais escondê-lo. Eu o amo tanto...” A dor no coração daquela mãe é evidente. Mas com toda a ousadia e confiança em seu Deus ela olha para o seu filho mais uma vez e diz a Deus: “Senhor, aqui terminam minhas ações. Eu largo o cesto para que tu, Senhor, cumpras o Teu plano”. Você já experimentou largar o cesto? Muitas vezes estamos tão agarrados com nossos sonhos e projetos que Deus não pode continuar Sua obra em nossas vidas! Acreditamos que nossos “bebês” ficarão quietos para sempre e que teremos o controle da situação e não nos damos conta de que largar o cesto é ordenança de Deus. A ação que Deus quer de sua vida é esta: largar seus planos e sonhos nas mãos do Pai Celestial.
Se aquela mãe pensasse apenas em si mesma, com certeza teria ficado com aquele filho até que soldados egípcios o tomassem de suas mãos. Mas ela pensou na vida daquele bebê que tanto amava. Não podemos pensar em nós mesmos, mas sim nos propósitos de Deus para nossos ministérios, trabalhos, relacionamentos e tudo mais que precise ser controlado por Ele.
Em Isaías 55, versículo 9 diz porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos. Temos confiado mais em nossas estratégias para “segurar o choro do bebê” ou nos planos do Senhor, maiores e melhores? É característica nossa sermos controladores e tentarmos dirigir tudo pelo nosso próprio entendimento. Mas como filhos de Deus, precisamos confiar na promessa de que os propósitos de Deus jamais se frustrarão (Jó 42.2).
A Palavra de Deus para nós é “largue o cesto”. Não com desesperança, não com desistência, mas com a certeza de que lá embaixo, no final do rio, nossos planos terão destino certo, preparado pelo Senhor.
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