sábado, 28 de janeiro de 2012

Dinheiro: inimigo ou aliado?


Por/ Ricardo Agreste

"Sejamos bons mordomos das dádivas divinas."

Falar sobre dinheiro se tornou algo muito complicado nos dias atuais. O abuso sem medida de líderes religiosos e os escândalos relacionados à má administração dos recursos financeiros em suas igrejas e vidas pessoais têm provocado uma verdadeira intimidação entre aqueles que nada têm a ver com suas motivações obscuras e ações vergonhosas. Para não serem confundidos com tais dirigentes, muitos outros líderes têm optado por simplesmente não abordar o assunto. No entanto, dinheiro é um tema por demais importante para aqueles que desejam construir uma espiritualidade cristã sadia, consistente e integral.

Mas o assunto dinheiro consta das Escrituras. Esteve nos lábios de Jesus por diversas vezes e ocupa importante lugar, tanto na espiritualidade desenvolvida pelo povo de Israel no Antigo Testamento, como para a Igreja primitiva. Dependendo do lugar que o dinheiro venha ocupar em nossas vidas, ele se revelará como um importante aliado ou um perigoso inimigo. Se usado como meio de expressão de nosso amor a Deus acima de todas as coisas e ao nosso próximo como a nós mesmos, ganhamos um aliado. Se não, ele se transforma em um poderoso instrumento de sabotagem deste projeto, ocupando o lugar de Deus e deslocando nosso amor de pessoas para coisas.

Não existe ponto de equilíbrio nesta relação – se o dinheiro não for usado como meio para expressar nosso amor a Deus e àqueles que nos cercam, ele se tornará nosso opressor.

Diversas leis dadas pelo Senhor a Israel tinham como propósito manter o dinheiro no seu devido lugar. Dízimos e ofertas se apresentavam como práticas muito mais profundas do que um mero ritual religioso para manutenção do culto no contexto da nação. Ao dedicar a décima parte de sua produção à administração dos sacerdotes – para a manutenção dos trabalhos religiosos e o suporte a famílias menos favorecidas –, o povo era estimulado em pelo menos três áreas. Em primeiro lugar, quanto ao reconhecimento de que seu Deus é o Senhor de todas as coisas. Assim, homens, mulheres e crianças eram lembrados constantemente de quem era o real proprietário da terra e de tudo que a mesma produz. Eram apenas mordomos de tudo quanto Deus lhes disponibilizou, inclusive a terra de Canaã, dada pelo Senhor como herança.

Em segundo lugar, a prática de dar com liberalidade ensinava o povo a depender de Deus como fonte primária da vida. Como expressão dessa dependência, os hebreus dedicavam como oferenda as primícias da terra, mesmo sem garantia de que a colheita seria abundante. Por fim, todos eram gratos ao Senhor por todas as bênçãos recebidas. Cada estação de chuvas era vista como uma dádiva, e cada safra, como um presente dos céus. No entanto, os principais beneficiários das prática de dízimos e ofertas não eram os sacerdotes, muito menos os pobres que seriam sustentados com o produto dedicado ao Senhor. Quem ganhava era o próprio doador, que exercitava em seu coração o reconhecimento de Deus como controlador de tudo, fonte primária da vida e origem de todas as bênçãos. Neste contexto, bens materiais eram apenas meio para se manifestar amor por Deus e ao próximo.

Já no Novo Testamento, encontramos ambiente diverso: a sociedade já não é essencialmente rural, mas vive em cidades e sob a dominação do Império Romano, consolidando assim o uso do dinheiro como moeda nas relações de trabalho, de compra e venda de produtos e, consequentemente, na dedicação dos dízimos e ofertas. Em diversas ocasiões, a narrativa fala de ofertas em espécie, e não mais através do produto da terra – e Jesus fala claramente aos seus discípulos acerca do lugar do dinheiro no desenvolvimento de uma espiritualidade cristã sadia, consistente e integral. “Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro” (Mateus 6.24).

Na mesma direção, o apóstolo Paulo escreve ao seu discípulo Timóteo, alertando-o sobre o grande poder de sedução exercido pelo dinheiro quando não colocado em seu devido lugar: “Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição” 
(I Timóteo 6.9). Fica claro que, já àquela época, as riquezas passaram a ocupar um lugar indevido no coração das pessoas.

Mas como podemos resgatar o dinheiro como um aliado na construção de uma espiritualidade sadia, consistente e integral? Não existe outro caminho senão o resgate de algumas das práticas espirituais instituídas por Deus no passado. Por um lado, a dedicação dos dízimos e ofertas exercita nosso coração na direção do desapego ao dinheiro e do amor ao Senhor; por outro, a caridade nos estimula a valorizar mais pessoas do que coisas. Tudo isso, sem desprezarmos a boa administração dos recursos que Deus nos tem dado, como bons mordomos que usam as dádivas divinas como meio de expressão de amor ao Pai acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.

sábado, 21 de janeiro de 2012

A Autoestima de nossos filhos


Por Stephen Kanitz

Uma semana depois de minha esposa e eu decidirmos começar uma família, entramos numa livraria e compramos dois livros sobre como educar filhos. Por uma série de razões os dois filhos só nasceram seis anos depois e acabamos lendo não dois, mas 36 livros.

Se dependesse de teoria, estávamos preparados. Hoje eles estão crescidos e um amigo me perguntou que livros nós havíamos utilizado mais. Foi uma boa pergunta que demorei a responder. Usamos um livro só, um que educava mais os pais do que os filhos. Intitula-se 'A Auto-estima do seu filho' de Dorothy Briggs, e o título já diz tudo.

A tese do livro é como agir para nunca reduzir a auto-estima do seu filho: elogiá-lo freqüentemente , ouvir sempre suas pequenas conquistas, festejar as suas pequenas vitórias, nunca mentir ou exagerar neste intento, em suma mostrar a seus filhos seu verdadeiro valor. Ao contrário do que defendem os demais livros, não é uma boa educação, nem disciplina, nem muito amor e carinho, ou uma família bem estruturada que determinam o sucesso de nossos filhos, embora tudo isto ajude.

A sacada mais importante do livro, no nosso entender, foi a constatação que filhos já nascem com uma elevada auto-estima, e que são os pais que irão sistematicamente arruiná-la com frases como: 'Seu imbecil!', 'Será que você nunca aprende?', 'Você ficou surda?'. Jean Jacques Rousseau errou quando disse que "o homem nasce bom, mas é a sociedade que o corrompe". São os próprios pais que se encarregam de fazer o estrago.

Por exemplo: você, pai ou mãe, chega do trabalho e encontra seu filho pendurado na cadeira: 'Desça já seu idiota, vai torcer o seu pescoço'. Para Dorothy, a resposta politicamente correta seria 'Desça já, mamãe tem medo que você possa se machucar'. Primeiro porque seu filho não é um idiota, ele assume riscos calculados. Segundo são os pais, com suas neuroses de segurança, que têm medo de cadeiras.

Quando nossos dois filhos começaram a aprender a pular, entre três e quatro anos de idade, desafiava-os para um campeonato de salto a distância. Depois de algumas rodadas, seguindo a filosofia do livro, deixava-os ganhar. Ficavam muito felizes, mas qual não foi a minha surpresa quando na sétima ou oitava rodada, eles começavam a me dar uma colher de chá, deixando que eu ganhasse. Que lição de cidadania: criança com boa auto-estima não é egoísta e se torna solidária.

Eu não tenho a menor dúvida de que os problemas que temos no Brasil em termos de ganância empresarial, ânsia em ficar rico a qualquer custo que leva à corrupção, advêm de um pai ou uma mãe que nunca se preocuparam com a auto-estima de seus filhos.

Eu acho que políticos, professores e intelectuais, na maioria desesperados em se autopromover, jamais darão dar oportunidades para outros vencerem, como até crianças de três anos são capazes de fazer. A fogueira das vaidades só atinge os inseguros com baixa auto-estima.

Alguns pais fazem questão até de vencer seus filhos nos esportes para acostumá-los às agruras da vida, como se a vida já não destruísse a nossa auto-estima o suficiente.

A teoria é simples, mas a prática é complicada. Uma frase desastrada pode arruinar o efeito de 50 elogios bem dados. 'Meu marido queria que o segundo fosse um menino, mas veio uma menina'. Imaginem o efeito desta frase na auto-estima da filha. Portanto, quanto mais cedo consolidar a auto-estima melhor.

Esta tese, porém, tem seus inconvenientes. Agora que meus filhos são muito mais espertos, inteligentes e observadores do que eu, tenho que ouvir frases como: 'É isto aí Pai', 'Faremos do seu jeito, pai', tentativas bem-intencionadas de restaurar a minha abalada auto-estima.

Stephen Kanitz é pai e também administrador de empresas
Publicado na Revista Veja edição 1 650 de 3 de maio de 2000

Informações sobre o livro mencionado no artigo:
A auto-estima do seu filho
BRIGGS, Dorothy Corkille
MARTINS FONTES

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Saber ler


Por René Padilla

Vamos falar de livros. Melhor, de leituras. E começo com uma afirmação que não requer provas: não basta ler, tem que saber ler.

Em certo sentido, há só uma maneira de aprender a ler; e é lendo. Da mesma forma quando se trata de aprender a caminhar ou a nadar. Mas isso não exclui que alguém possa aprender algo da experiência dos outros. Limito-me a três conceitos práticos.

1. RECONHEÇA A IMPORTÂNCIA DA LEITURA

Não me refiro à leitura de textos de estudo ou livros de consulta aos quais você recorre em busca de informação para passar num exame ou sair de um apuro relacionado à sua profissão. Refiro-me a outro tipo de leitura: a que se faz por escolha, não por obrigação; essa da qual se poderia prescindir se não se sentisse impulsionado a ela pela fome de Verdade, Amor e Beleza.

Pedir que hoje se reconheça o valor deste tipo de leitura ao qual faço referência não é pedir pouco. Como destacou Jean Daniélou, a civilização técnica habituou o espírito a modos de agir nos quais primam valores como a verdade. Neste ambiente, é completamente compreensível que, para muitos, a leitura seja classificada entre as coisas que não servem para nada ou pelo menos entre as coisas para as quais "não há tempo". Julgada de um ponto de vista utilitarista, é algo que deve ceder lugar às mil e uma ocupações "urgentes" que demandam nossa atenção.

E o que dizer da maneira como o sistema vigente, na grande maioria das universidades, fomenta a formação desses "bárbaros civilizados" (a expressão é de Ortega y Gasset) que são a maioria de nossos profissionais. Se a universidade é concebida como a agência que outorga títulos "oficiais" na base da memorização das anotações do professor ou da habilidade para copiar a matéria, mal se pode esperar que delas saiam gente para quem a leitura seja uma necessidade vital.

Quando sua luta implacável contra o presidente García Moreno o levou ao exílio de seis anos em Ipialos (Colômbia), Juan Montalvo não se queixou de nada tanto quanto de ter que viver sem livros: "Sem livros, senhores, sem livros! Se têm entranhas, derretam em lágrimas". Os livros para ele eram uma necessidade vital.

Também deveriam sê-lo para o cristão universitário, ainda que talvez por razões diferentes. Onde, senão a eles, pode-se ir se se deseja alcançar uma integração entre sua fé e o conhecimento humano, ou uma perspectiva histórica, ou uma compreensão da natureza do homem do ponto de vista da cultura contemporânea. Máximo Gorki considerava o livro como "uma realidade viva e próxima... menos uma 'coisa' que todas as outras coisas criadas ou a ser criada pelo homem". E o cristianismo tem que aprender a apreciar o potencial que há no diálogo com os livros para a formação de uma mente tão atenta ao Deus da criação como ao Deus da revelação.

Atrevo-me a dizer que sem a leitura de bons livros não existe a possibilidade de um cristão firme, um cristianismo que enfrente as forças de desumanização do homem na sociedade moderna.

2. SELECIONE BEM OS SEUS LIVROS

Poderíamos dizer que a boa leitura começa antes mesmo do ato de ler, já que começa com a seleção dos melhores livros. E quanto mais rápido aprendemos esta lição, tanto melhor. Ao iniciar minhas andanças pelo amplo mundo dos livros, cometi o erro de ler qualquer livro que caía em minhas mãos — Quem me devolverá as horas que passei lendo absurdos?! Hoje dificilmente leio um livro do qual não esteja seguro de antemão que vale a pena lê-lo. Saber ler é, em primeiro lugar, saber selecionar o que se lê.

É óbvio que não se pode ler tudo o que se publica: mesmo se contássemos com os meios econômicos necessários, de qualquer maneira faltaria-nos o tempo.

Menos óbvio, entretanto, é que nem tudo o que se publica vale a pena ser lido. Com os livros acontece o mesmo que com as pessoas: as aparências enganam. Como alguém já disse: "Em muitos livros acontece como nos caixões: o melhor que têm são as tampas". Pelo menos entre editores evangélicos há os que pensam que o mais importante em um livro é a diagramação e o título. Isso explica a quantidade de "lixo" traduzido do inglês, lindamente apresentado, que se vende nas livrarias evangélicas ao longo do continente. Sobram os exemplos!

O problema é como selecionar. Permito-me fazer as seguintes sugestões a respeito.

● Quando se sentir atraído por um livro, não se deixe enganar pelas aparências. Nunca compre livros pelo título (Quantos livros levam títulos que não têm nada a ver com o conteúdo?). Estude o sumário, folheie o livro e leia um ou outro parágrafo para comprovar se seu interesse inicial se justifica.

● Leia com cuidado as resenhas bibliográficas que aparecem em revistas (por exemplo as de Missão). Busque assessoria pastoral de gente que merece sua confiança. Anote as recomendações de livros que os próprios escritores incluem nos seus. Elabore uma lista de livros que te interessariam ler, dando prioridade para aqueles que tenham recebido comentários mais favoráveis. Uma lista assim pode te livrar de cair na armadilha de se apaixonar por um livro à primeira vista porque você gostou da capa ou do título.

Já que você não pode ler tudo o que se publica, nem sequer se você se limitar ao seu campo de interesse, trate de ler exclusivamente O MELHOR do muito que se publica. Por si só isso já é uma grande tarefa!

3. ESTUDE OS SEUS MELHORES LIVROS

É necessário reconhecer que, no final das contas, só se comprova quão bom é realmente um livro quando ele foi lido de cabo a rabo. O sobrevoo prévio pode evitar que desperdicemos tempo e dinheiro com os livros que não merecem nem um nem outro. Mas para aproveitar ao máximo a leitura, não basta ler os melhores livros: é necessário estudá-los, os que, de todos os livros que lemos, julguemos excepcionais. Dou duas razões:

● A memória humana, mesmo nos mais dotados, é sumamente frágil. Por isso, facilmente esquecemos o que lemos, ao menos que se suplemente a leitura inicial (geralmente rápida) com uma segunda leitura mais detida, e inclusive com a redação de um resumo das ideias básicas do autor. Um biógrafo de Abraham Lincoln conta que ao ler seu próprio livro depois de dez anos se surpreendeu do pouco que se lembrava de Lincoln. Se isto acontece com o autor, quanto mais é de se esperar que aconteça com o leitor. Saber ler implica estudar e vez por outra reler os melhores livros.

● É melhor assimilar poucos livros do que ler muitos. Francis Bacon me deu este valioso conselho há alguns anos: "Alguns livros são para provar, outros para engolir, e uns poucos para mastigar e digerir. Em outras palavras, alguns livros se devem ler apenas parcialmente; outros devem ser lidos, mas não com muita atenção, e apenas uns poucos devem ser lidos inteiramente e com toda a diligência e atenção". Devo muito a esse conselho.

Não basta ler: tem que saber ler. E a boa leitura é um instrumento poderoso na formação de uma mente cristã. Depois de tudo, "crer é também pensar".

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René Padilla René Padilla é equatoriano, doutor em Novo Testamento pela Universidade de Manchester. Foi o Secretário Geral para América Latina da Comunidade Internacional de Estudantes Evangélicos e, porteriormente, da Fraternidade Teológica Latino-americana (FTL). Tem dado conferências e ensinado em seminários e universidades em diferentes países de América Latina e ao redor do mundo. Atualmente é o Presidente Honorário de Fundación Kairós, em Buenos Aires, e coordenador de Ediciones Kairós.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Tempo para se divertir


Por Erin Smalley

Durante nossos 12 anos de casamento, Greg e eu descobrimos que sorrir é saudável, emocionalmente e fisicamente. Ter senso de humor ajuda a manter nossa relação renovada.

Eu sou casada com um brincalhão. Greg consegue ver o lado cômico de todas as coisas, mesmo cansado à noite, ou quando algumas coisas ruins acontecem. Ele está sempre fazendo brincadeiras comigo. Por isso, eu já me alegrava pensando no dia de minha “vingança”.

Meu plano era simples: me esconder em um local escuro e atacar Greg assim que ele entrasse em casa pela garagem. Era perfeito! Enquanto algumas pessoas não gostam de tomar susto, meu marido adora isso. Eu sabia que ele acharia isso engraçado – e eu estaria me vingando por todas as suas brincadeiras.

A porta da garagem foi abrindo lentamente, enquanto o Honda Civic dele chegava depois de mais um dia de trabalho.

“Ele nunca vai esperar por isso”, pensei, e sorri ao imaginar a expressão do seu rosto.

Dei uma risadinha enquanto estava escondida num canto esperando Greg chegar. E permaneci quieta até que a porta abriu. Greg deu dois passos para dentro, notou uma sombra, uma figura sinistra em pé, perto do seu ombro esquerdo. Naquele exato momento, me debrucei sobre ele. Estatelado, Greg soltou um grito estridente e pulou para perto da porta.

“Doce vingança!”, gritei enquanto Greg massageava seu coração. Nos cumprimentamos e nos abraçamos; eu disse, “Bem vindo ao lar”, enquanto nós dois riamos.

Depois, sossegamos naquela noite tranqüila. Comecei a refletir sobre o fato de que uma das coisas que mais gosto no meu casamento são as diversões que temos juntos.
Fico sorrindo sozinha quando lembro o susto que Greg tomou e da alegria que isso me deu. A melhor parte foi quando, mais tarde, ele me falou como a minha brincadeira o ajudou a se sentir conectado comigo. Quem podia imaginar que minha travessura resultaria em intimidade?

Durante nossos 12 anos de casamento, Greg e eu descobrimos que sorrir é saudável, emocionalmente e fisicamente. Ter senso de humor ajuda a manter nossa relação renovada.

Uma das coisas que mais me atraiu em Greg foi sua capacidade de me fazer rir. Sorrir me trouxe alegria durante o nosso namoro, e continua a me alegrar em todos esses anos. Muitas vezes, no meio do caos da vida, um simples sorriso ou uma brincadeira podem aliviar situações de tensão. Isso cria um tipo de intimidade natural. Greg confessa que depois de um longo dia de trabalho, chegar em casa, em um ambiente cheio de alegria, alivia seu nível de stress.

O humor no casamento sempre me fascinou. Como pesquisei o que os especialistas dizem sobre diversão no casamento, estava dominada pela sua importância.

O livro Fighting for Your Marriage, do conselheiro familiar, Dr. Howard Markman, relata que a quantidade de diversão que um casal vive junto emerge como o principal fator para toda sua felicidade conjugal. Outras coisas acontecem nos relacionamentos – mas bons relacionamentos se tornam maravilhosos quando o casal preserva tanto a quantidade, como a qualidade do tempo em que passam se divertindo.

Porém, a triste verdade é que a maioria dos casais quase nunca compartilha o tipo de diversão que tinham enquanto eram namorados ou recém casados. É como se o desgaste do dia-a-dia tivesse tirado a capacidade e/ou o desejo de se divertirem juntos. Isso faz sentido: ocupados com trabalho, filhos, igreja, e amigos, torna-se difícil encontrar tempo para ficarem juntos. Jogue os conflitos no lixo e você terá um ambiente perfeito para extrair graça da vida.

Greg e eu juramos que o nosso relacionamento nunca vai perder esse senso de humor, então fizemos disso uma prioridade – até agendamos isso no nosso calendário! Valorizamos esse momento. Não conversamos sobre assuntos incômodos e também não levantamos questões que podem nos levar a algum conflito.

Através dos anos posso recordar como sorrir e se divertir influenciou momentos estressantes e alegres em nossa casa. Desde a minha recuperação da cesariana até as bagunças com nossos filhos e as brincadeiras planejadas, dar risadas sempre traz Greg para perto de mim. E isso tem sido uma grande diversão.

Erin Smalley é conselheira familiar no Smalley Marriage Institute (www.smalleymarriage.com), vive e se diverte em Missouri, EUA.

Copyright © 2011 por Christianity Today International
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