terça-feira, 31 de julho de 2012

Entre palavras ditas e palavras ouvidas


P

or Ricardo Agreste

Postado em 26/06/2012 (www.cristianismohoje.com.br)

Quando pronunciamos palavras, temos sempre a opção entre sermos fonte de boas coisas ou de coisas ruins para aqueles que nos cercam.

Nossas vidas são construídas pelas opções que fazemos nas inúmeras bifurcações com as quais nos deparamos ao longo da jornada. Optamos por fazer determinado curso universitário e não um outro, por exemplo. Consequentemente, desenvolvemos amizades com certas pessoas, e não com outras, e frequentamos determinados lugares em detrimento de outros. Depois de formados, aquela rede de relacionamentos que formamos podem nos levar a trabalhar em determinadas empresas, e não em outras.

Mas nossas vidas não são construídas apenas pelas opções que fazemos. As palavras que ouvimos também entram nesse processo. Palavras influenciam grandemente nossas escolhas ao longo do caminho, e o que ouvimos ecoam dentro de cada um de nós. Palavras têm o poder de nos mover aos lugares mais altos da vida; podem, por outro lado, nos levar a situações de tristeza, escuridão e crise. Assim, uma conversa com o filho pode determinar seu sucesso futuro; um elogio recebido do chefe pode mudar a disposição e o futuro da carreira de um profissional; e um conselho de amigo pode resultar na restauração de um casamento.

Palavras de carinho da mulher para seu marido podem mudar seu ânimo diante da adversidade. E até mesmo um frase despretensiosa, dirigida a uma pessoa numa roda de amigos, pode fazer grande diferença àquele que a recebe. Porém, palavras podem ter efeitos negativos. Uma crítica feita em momento inapropriado pode levar ao abandono de uma vocação; uma difamação pode levar à destruição de uma carreira ou de uma família; comentários levianos podem semear intrigas e sabotar amizades desenvolvidas ao longo de anos. Por isso, precisamos reconhecer que palavras têm grande poder – tanto para gerar as coisas mais positivas como as mais negativas numa pessoa.
Quando pronunciamos palavras, temos sempre a opção entre sermos fonte de boas coisas ou de coisas ruins para aqueles que nos cercam. E tais efeitos podem determinar escolhas definitivas na vida daqueles que ouvem. Certas vezes, não nos encontramos na posição daqueles que proferem as palavras, mas sim, na daqueles que as escutam.
Queiramos ou não, somos constantemente alvo das palavras alheias, e não temos qualquer controle sobre elas, muito menos sobre o conteúdo do que dizem a nós ou sobre nós. Palavras, simplesmente, vêm ao nosso encontro, alcançam nossas mentes e corações, gerando efeitos positivos ou negativos em nossos sentimentos e opções ao longo da vida.

Certo amigo de muitos anos é um especialista em gerar coisas boas através de suas palavras. Ele teve importante participação em meus primeiros anos como pastor de uma comunidade local. Com suas palavras, ele sempre encontrava uma forma de fortalecer minha confiança e valorizar a forma como atuava. Mas, paralelamente aos elogios, não me poupava das criticas necessárias. Pelo contrário – sempre dizia, com muita franqueza e assertividade, o que considerava errado em minhas atitudes, além de pontuar meus erros com clareza. A maneira como ele usava as palavras fez de mim uma pessoa melhor.

Recentemente, contudo, vivi situação oposta. Alguém proferiu palavras que me levaram a uma tristeza tão grande que cogitei a possibilidade de abandonar todo um ministério de 25 anos. Por quê? Porque aquelas palavras desvalorizavam tudo o que tenho feito. Não foi uma crítica construtiva, pois nem mesmo a mim as palavras foram dirigidas: tratava-se de um conjunto de leviandades e questionamentos sem qualquer amor, com propósito maior de intimidar, ferir, destruir – e por muito pouco tal propósito não foi alcançado.

Mas a sabedoria cristã aponta noutra direção. Através de Tiago, as Escrituras nos aconselham a sermos prontos para ouvir, tardios para falar e mais tardios ainda para nos irar, pois nossa ira não traz à tona a justiça de Deus, conforme Tiago 1.19. Logo, precisamos submeter as palavras que ouvimos à justiça de Deus. Isso significa que a última palavra acerca de quem somos ou fazemos vem do Senhor. Ele deve ser a maior fonte de influência em nossas escolhas.

Diante do grande poder das palavras, que tal resgatar o silêncio em nossas vidas? A quietude nos ajuda a discernir as palavras que devem ser ditas, que produzirão o bem para os outros, e palavras que não merecem ser proferidas. Mas o silêncio também nos ajuda a ouvir a voz daquele que é justo e verdadeiro, mostrando-nos claramente o que devemos acolher e o que devemos simplesmente dissipar de tudo quanto ouvimos.

sábado, 21 de julho de 2012

Um Céu de saudades…


Por José Barbosa Junior

Postado em 23/06/2011 (www.crerepensar.com.br)

Confesso que, em determinados assuntos, uma leitura literal do texto bíblico me é estranha, se não triste. Principalmente nos livros chamados apocalípticos. Monstros, rolos, cavaleiros, etc, ficam bem em filmes hollywoodianos, mas me embaraçam se levados ao pé da letra (se bem que letra não tem pé)…

Um dos temas que encontro mais dificuldade nessa interpretação literal é o “céu”. Sim, o céu “bíblico” é chato, com o perdão da palavra. Ruas de ouro, mar de cristal… não me apetecem em nada… sei que a linguagem é figurada, isso é que me salva desse céu… mas há amigos que levam isso a sério demais!

Se o céu é o lugar das “delícias eternas”, ele não pode ser assim… tão vazio de prazeres e coisas que nos enchem a alma de felicidade (mais uma vez, obrigado Rubem Alves).

Já sei, muitos devem estar dizendo a essa hora: “a presença de Deus enche tudo, irmão, você não sentirá falta de nada.” Tenho minhas dúvidas… e é o próprio Deus que faz côro comigo nessa hora. Ao criar o homem, e mais, se encontrar com ele todas as tardes pra um bom bate-papo, ainda assim “Deus viu que o homem estava só”… há um vazio no coração do homem que nem Deus preenche: o vazio dos relacionamentos com seus iguais…

Mas voltemos a falar do céu que eu imagino em minha loucas divagações teológico-poéticas…

O céu para onde vou (ou onde estarei, caso ele venha) tem cheiro de carambola e goiaba, como aquelas que eu pegava, maduras no pé, subindo nos galhos das árvores dos sítios de Parada Modelo, ao pé da Serra dos Órgãos. Lá, se cumprirá em nós todos, creio, a oração de Adélia Prado: "Meu Deus, me dá cinco anos, me dá a mão, me cura de ser grande." Outras árvores frondosas estarão por lá e verei amigos em seus galhos, numa saudável “guerra de caroços”, que ao fim só redundarão em mais árvores nascendo do chão fértil desse solo divino.

Na hora do almoço, panelas enormes exalarão o cheiro da carne assada com batatas coradas que minha avó Mercedes fazia (hoje, aos 93 anos, já não consegue manusear as panelas), mas fiquem tranqüilos, no céu também haverá cardápios vegetarianos. Aliás, lá (ou aqui) as receitas “de família” pertencerão a quem sempre deveriam pertencer: a todos! Comeremos e nos fartaremos. Na sobremesa, o manjar que minha avó Dulce faz (e ainda faz muito bem aos 88 anos)… assim como teremos os mais variados doces feitos pelas mais variadas avós. O que há de melhor que doce feito por vó? Marias, Amélias, Dulces, Mercedes, Nanziras, Babettes… todas estarão lá, fazendo seus quitutes, que nos levarão a outros céus imaginários…

À tarde, um passeio pela biblioteca celestial, onde todos os bons livros lá estarão, em todas as línguas, para que nos deliciemos em suas poesias, assentados nos imensos jardins, regados por fontes cristalinas e rodeado de crianças que brincarão de roda, sem que isso atrapalhe nossa leitura… e teremos toda a eternidade para esse prazer…
No céu que antevejo, as ruas (que me perdoem os biblistas) são de barro mesmo. E a criançada brincará tranquilamente, sem medo dos automóveis (isso não haverá no céu – automóvel – como perder o prazer de andar a pé?). Três marias, pique-esconde, pique-bandeira e, é claro, a tradicional pelada da tarde, com as mais variadas camisas coloridas dos times de todo o mundo (até vascaínos!!!)… e as crianças brincarão felizes. Eu disse crianças? Ah! Esqueci que Deus já me terá dado cinco anos… porque também estarei lá…

Depois da pelada com os amigos, nos reuniremos, ao fim da tarde, num boteco qualquer de qualquer esquina celestial, e entre goles gelados daquilo que mais agradar a cada um, conversaremos animados, trocaremos abraços (o que me faz lembrar o texto da minha querida amiga mineira Ana Gontijo – “ E tem outro céu que é feito de casos, abraços, camadas de amigos e o Infinito em nós.”), tiraremos violões, bandolins e cavaquinhos de suas capas, alguém buscará um pandeiro atrás do balcão e ali teremos uma boa roda de choro e samba pra brindar a noite que se aproxima…

Sim, ao contrário do que muitos pensam (e volto a dizer, a interpretação literal do céu pode acabar com ele), lá haverá noite… mas enquanto o sol se põe e a noite se aproxima, entre a roda de choro e samba, e os abraços dos amigos, ninguém menos que ELE se chegará, puxará uma cadeira e completará, simples e humilde, as vozes de nossos cantos. Sim, o reencontro de todo fim de tarde, como era no início, se dará ao som de música, muita música, aguardando a lua que nos torna ainda mais amigos e
queridos…

Ao anoitecer, ELE mesmo puxará, com sua voz suave (como o seu jugo) :” não há, oh! Gente, oh! Não! Luar como esse, do sertão!”… e lágrimas de alegria (sim, essas de alegria teremos por lá) rolarão das faces enrubescidas de Catulo da Paixão Cearense e João Pernambuco, ao verem sua obra cantada por Aquele que lhes inspirou… e nós choraremos e cantaremos juntos, abraçados…

Até creio, que Deus, em sua infinita graça e misericórdia, já tem reservado alguns “bairros” no céu que serão como descritos literalmente, para alegria daqueles que não saberiam viver sem o cumprimento literal de tudo que acreditaram… e até mesmo vou lá de vez em quando, só não me demorarei, para abraçar alguns amigos…

Sei que tudo isso ainda é nada, perto do que lá (ou aqui) acontecerá… mas não creio ser diferente disso… porque, como diria o meu querido amigo e poeta Laion Monteiro: "Creio na ressurreição da carne também por causa de minhas saudades. Impossível tudo terminar assim tão quase."

Espero encontrar vocês por lá…

sábado, 14 de julho de 2012

Amor líquido


Por Ed Rene Kivitz

Publicado em 18 de Agosto de 2010 (www.ibab.com.br)

"Como viver em um mundo de parcerias frouxas e iminentemente revogáveis"
Zygmunt Bauman é considerado hoje um dos sociólogos mais influentes do mundo. Professor emérito de sociologia na Universidade de Leeds e na Universidade de Varsóvia, seu livro mais recente é "Amor Líquido - Sobre a Fragilidade das Relações Humanas" (Rio de Janeiro: Jorge ZAHAR Editor, 2003) de onde tirei os conceitos e extraí citações para estas reflexões.

A tese de Bauman é que vivemos em um mundo líquido, que detesta tudo o que é sólido e durável, tudo que não se ajusta ao uso instantâneo nem permite que se ponha fim ao esforço. O amor, nesse mundo líquido, é amor líquido. A tirania do mercado explica em parte esta característica rarefeita de tudo. Estamos na era do homo consumens. O que caracteriza o consumismo não é acumular bens (quem o faz deve também estar preparado para suportar malas pesadas e casas atulhadas), mas usá-los e descartá-los em seguida a fim de abrir espaço para outros bens e usos.

Estar excluído da sociedade de consumo equivale a ser um fracassado, um incompetente. Um consumidor falho fica se utilizando dos mesmos bens, e a utilização repetida o priva da possibilidade de sensações novas e inéditas. Isso os leva ao tédio e à frustração. Ser bem sucedido é conviver com novidades, variedades, e rotatividade.

Daí surge a cultura do aluguel e do descartável (e por isso mesmo mais barato). Nesta sociedade líquida, você não compra, aluga. Comprar implica posse e permanência. Alugar implica rotatividade sem ônus. O descartável pode ser facilmente substituído sem muito prejuízo: vale a relação custo benefício, ou tempo de benefício. No mercado, tudo está ao alcance do cartão de crédito, e a distância entre o desejo e sua satisfação está cada vez mais curta. E, portanto, o descarte cada vez mais rápido. A experiência sexual e relacional segue o mesmo padrão e raciocínio. Seu parceiro pode abandonar você a qualquer momento, sem o seu consentimento.

Anthonny Giddens, outro célebre analista da chamada pós-modernidade, fala dos "relacionamentos puros", onde as relações permanecem enquanto satisfazem as partes. São relacionamentos nos quais se entra apenas pelo que cada um pode ganhar e se permanece apenas enquanto ambas as partes imaginem que estão proporcionando a cada uma satisfações suficientes para permanecerem nas relações. Viver juntos é "por causa de" e não "a fim de". Enquanto há razões a parceria permanece. Os parceiros já não se enxergam como construtores de si mesmos, um do outro e da própria parceria.

Parcerias frouxas e iminentemente revogáveis substituíram o modelo da união pessoal "até que a morte nos separe". Bauman chama isso de "relacionamentos de bolso", que compara com vitamina C: em grandes doses podem causar náuseas e prejudicar a saúde. Por esta razão, a "sociedade líquida" prefere os relacionamentos diluídos, para que possam ser aproveitados. Os compromissos intensos e de longo prazo são uma armadilha a ser evitada. O compromisso fecha a porta para novas possibilidades (quem sabe, até melhores). Mantenha sempre sua porta aberta, dizem os "especialistas".

Viver juntos foi substituído por ficar juntos. A convivência foi substituída pelos encontros episódicos. O casamento foi substituído pela sucessão de romances com sexo. O divórcio foi substituído pelos CSS - casais semi separados. As amizades foram substituídas pelas salas de chat e as redes, onde se pode conectar e desconectar sem qualquer compromisso, promovendo relações fantasiosas ou profundas protegidas pelo anonimato. Ralph Waldo Emerson acertou ao afirmar que "quando se é traído pela qualidade, tende-se a buscar desforra na quantidade".

Na compulsão de tentar novamente, e obcecado em evitar que a atual experiência sabote a futura, ou sempre em expectativa de que o melhor está por vir e que há sempre algo melhor pelo que esperar, as pessoas acabam desaprendendo o amor, tornam-se incapazes de amar. A sensação de que se pode ser abandonado, substituído a qualquer momento impede a entrega total, e porque não se entrega totalmente, o amante parcial vive com a constante sensação de que está vivendo um equívoco, ou que está esquecendo algo, ou deixando de experimentar alguma coisa. Isso faz com que o amante parcial viva carregado de ansiedade. E, pior do que isso, está condenado a permanecer para sempre incompleto e irrealizado. Bauman diz a respeito que estão "numa viagem nunca termina, o itinerário é recomposto em cada estação, e o destino final é sempre desconhecido".

A resposta cristã para esta "sociedade líquida" que vive de "amores líquidos" deve considerar, pelo menos, três fatos. Em primeiro lugar, lembre-se que o amor encontra seu significado, não na posse das coisas prontas, completas e concluídas, mas no estímulo a participar da gênese dessas coisas. Martinho Lutero nos adverte que "o amor de Deus não se destina ao que vale a pena ser amado, mas cria o que vale a pena ser amado". Em outras palavras, não espere pessoas prontas, caminhe com elas rumo à maturidade.

Lembre-se também que o amor não é um caminho de satisfação, mas de transformação e realização. Hans Burki ensinou que "mais da mesma coisa nos deixa no mesmo lugar". Em outras palavras, quando seu relacionamento não estiver satisfatório, não mude parceiro ou parceira, mude o relacionamento.

Finalmente, lembre-se que o amor não é um episódio, mas uma caminhada comum. Não acontece na relação superficial, esporádica, virtual, meramente física, mas num relacionamento de proximidade que conduz à intimidade em direção à profundidade do ser que ama (dos seres que se amam). Em outras palavras, não confunda paixão e sexo com amor.

A sociedade anticristã não vive da negação do que é cristão, mas da deturpação. Para deturpar, você priva, exacerba (exagera) ou distorce. O amor líquido é uma falsificação do amor sólido. Isto é, para conspirar contra o amor, o diabo não precisa semear o ódio (a maioria rejeita), basta semear o amor líquido. A sociedade líquida está iludida. Carece de gente que viva relacionamentos de "amor sólido" para que conheça a verdade e seja liberta de sua ilusão.

Fonte: IBAB

domingo, 8 de julho de 2012

Desamparado: A Parábola do Barco


por Alex Amorim

Publicado em 04/06/2012 (http://www.lavadoresdepes.blogspot.com/)

“Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” Sl 22:1

Navegando pelo oceano da vida, sigo em meu pequeno barco rumo a um destino bem traçado por mim, onde a paz, a segurança e a prosperidade me aguardam.

As águas tranquilas fazem meu barco deslizar suavemente, enquanto uma brisa agradável me traz refrigério e conduz minha embarcação na direção que quero ir. No horizonte o sol, próximo ao seu ocaso, completa o cenário de forma majestosa. Olho para o céu agradecido, pois tudo vai bem, na mais perfeita harmonia.

Porém, logo o sol se põe e a noite chega acompanhada de fortes ventos e densas nuvens. Não vejo a lua e muito menos as estrelas. A beleza daquele dia foi ofuscada por aquela noite tenebrosa. As águas já não são mais tranqüilas. As ondas me sacodem de um lado para o outro e antes que perceba entro numa terrível tempestade.

Fico agitado, em meio ao mar revolto, buscando uma forma de sair daquela tormenta. Para meu desespero deixo minha bússola cair e afundar em águas profundas. Perco meu norte e já não sei mais para onde estou indo.

Diante do assombro do momento, ergo minha voz e ordeno que o mar se aquiete, porém sou surpreendido por uma onda que destroça parte da minha embarcação. Antes de receber outro golpe do mar, me levanto e tento andar sobre as águas. Para minha decepção e perplexidade, afundo como uma pedra.

Entro num debate desesperado contra as “ondas do mar da vida”. Será que um grande peixe virá me salvar? Minha mente se confunde com tantas perguntas sem respostas: Por quê hoje? Por quê desta forma? Por quê comigo? Minha fé parece ter colidido com um iceberg de dúvidas.

Fatigado pela violência do mar, me agarro num pequeno pedaço do barco e luto por minha sobrevivência. Em desespero ouço o grito da minha alma “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”, mas não ouço nenhuma voz, nem sinto ajuda alguma.

Creio que seja necessária uma boa “dose” de fé para que o vento e o mar me obedeçam, mas percebo que preciso de uma fé ainda mais extraordinária, para continuar confiando em Deus, mesmo quando Ele parece estar tão distante.

Sinto o vento e as ondas diminuírem sua fúria e percebo que nenhuma tempestade dura para sempre (Sl 30:5) e a minha não durará. Por mais que as ondas tenham chacoalhado minha fé, lanço a âncora da minha alma (Hb 6:19) na Rocha que é mais alta que eu (Sl 61:2) e continuo confiando no meu Senhor, ainda que não entenda o que Ele faz agora (Jo 13:7).

“Senhor, Tu me sondas e me conheces.” (Sl 139:1)

Alex Amorim
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