segunda-feira, 29 de junho de 2009

Existe um Deus que se IMPORTA?


por Tim Stafford
■ Dúvida:
A fé despedaçada, como os ossos quebrados, pode voltar fortalecida.

Minhas dúvidas sobre Deus aparecem, na maioria das vezes, em meio às multidões. Fico calado e observo as levas de gente passando por mim. Cada pessoa tem o próprio rumo e os próprios pensamentos. Cada uma delas, eu penso, não está nem aí com a minha crença de que há um Deus que se importa. Sinto-me sozinho e insignificante, estarrecido diante da democracia da incredulidade. Quem sou eu para dizer que meu raciocínio faz mais sentido que o deles? Eles parecem tão sólidos e seguros em seus negócios; como eu poderia convencê-los de um Deus que os ama? Eles não estão sequer interessados. Pergunto-me se o louco não sou eu.

Você se sente desconfortável por saber que eu, que deveria ser um cristão resoluto e confiável, tenho dúvidas? Que tem havido noites quando literalmente grito com Deus, implorando por algum sinal de que ele seja real? Houve tempo em que eu me sentia ameaçado se um cristão me falasse de seus questionamentos mais profundos. Se outros tão bons quanto eu estavam pensando em abandonar o navio, não estaria eu apenas me enganando por continuar crendo?

Eu, além disso, achava que as dúvidas eram o pior perigo para um cristão. Não penso assim agora. As dúvidas são coisa séria. As vezes conduzem à rejeição de Deus. Mas com maior freqüência, creio que, se confrontadas honestamente, podem conduzir a uma fé ainda mais forte.

Há coisas que me preocupam mais.

Preocupa-me quando alguém está conscientemente desobedecendo a Deus e racionalizando sua desobediência. Nada destruirá a fé mais rápido.

Preocupa-me quando alguém sustenta uma fachada de fé vibrante, enquanto as dúvidas e a solidão espreitam por trás.

Preocupa-me quando um cristão não consegue se relacionar com outros cristãos, em vez disso exibe uma lista interminável de como foi enganado, maltratado ou sofreu abuso.

Preocupa-me quando alguém está encontrando uma fé "nova e mais madura" que dispensa coisas como conhecer a Bíblia, a oração e a adoração com outros cristãos. Um indivíduo pode abandonar essas coisas por algum tempo, mas não gosto de ouvi-lo dizer que encontrou uma condição nova e melhor sem elas.

Mas e as dúvidas? Elas têm seu lugar, na Bíblia pelo menos. Das perguntas inflamadas de Jó ao "mostre-me" confuso e obstinado de Tomé, as dúvidas são tratadas com franqueza. Os que duvidam são corajosos o suficiente para fazer as perguntas; gente piedosa que sabe todas as respostas e faz rapidamente calar os questionadores parecem suscitar mais a ira de Deus.

Quando você está duvidando da existência de Deus, pode ajudar a definir o que está sendo colocado em dúvida. Analise seu problema antes de procurar pela solução. Mas busque as respostas. Os muros da fé cristã não são tão finos que você fará um buraco neles se empurrar com muita força. Se perguntar honestamente, encontrará respostas — embora nem sempre as respostas que gostaria. "Busque e você encontrará", Jesus prometeu. "Bata e a porta se abrirá". Essa foi uma pro¬messa aos discípulos. Eles haviam escolhido segui-lo. Tendo feito isso, ouviram do próprio Jesus, que criou a terra, a pro¬messa de que não permaneceriam confusos para sempre, desde que estivessem dispostos a buscar e a pedir.

Dúvidas solitárias são, creio, as mais comuns. É difícil crer no amor de Deus quando não há pessoas a sua volta que o amam. É necessária uma força incomum para atra¬vessar por um período assim sem dúvidas graves. Somos feitos para experimentar o amor de Deus através de pessoas, bem como através do próprio Deus.

Mas se você está sozinho, certifique-se de que seja esse o foco de suas dúvidas. Não saia por uma tangente filosófica sobre os que sofrem na Índia. Fale com Deus sobre a realidade da amizade humana, e peça que ele comece a lhe mostrar como fazer um bom amigo. Peça também que ele mostre um propósito para sua solidão, alguma maneira pela qual você possa crescer através dela. Não vai acontecer da noite para o dia, mas com um sentimento de direção suas dúvidas sobre Deus se dissiparão. Ele se tornará seu aliado na cura da solidão, em vez de seu adversário.

Dúvidas de crise são freqüentemente mais intensas. Em God and man at Yale (Deus e o homem em Yale), William F. Buckley disse que sempre que tinha dúvidas sobre Deus ele deitava até que elas passassem. Não se trata de uma receita ruim. As dúvidas muitas vezes, e particularmente as dúvidas de crise, são uma resposta a sentimentos poderosos de tristeza, reforçados pela fadiga. Elas passarão. É claro que crises podem e devem começar a suscitar perguntas que têm implicações duradouras. Mas não se iluda pensando que vai conseguir resolver o problema do sentido do universo numa noite sem sono. Você não tem capacidade para fazer isso. Reconheça que está em crise, faça as perguntas, mas guarde-as para mais tarde. Durma se puder. Procure um amigo que o console. Na maioria das vezes, o que você precisa é de uma oportunidade de expressar suas dúvidas, e elas se dissiparão. Se não for o caso, não tome decisões importantes. Espere para resolver suas questões depois, quando estiver descansado.

Creio que as dúvidas intelectuais sejam, de fato, as menos comuns. O motivo é que poucos de nós somos intelectuais. Mas muitos de nós gostaríamos de ser, e é difícil admitir que não podemos ter todas as respostas. Assim, elaboramos mui¬tas de nossas dúvidas sob a forma de perguntas intelectuais, em parte para manter distância da própria solidão e da nossa inadequação.

Há, no entanto, perguntas verdadeiramente boas a serem formuladas sobre a realidade de Jesus Cristo. Se Deus é bom, por que estaria disposto a enviar algumas pessoas para o inferno? Como podemos dizer que o cristianismo é melhor que o hinduísmo? Por que as pessoas sofrem? Se a dedicação de nossas vidas a Deus verdadeiramente nos faz novas criaturas, como os cristãos muitas vezes parecem não ser melhores do que os de¬mais? Como colocar nossa confiança em um livro tão desprovi¬do de valor científico como a Bíblia? Há muitas outras.

Se você está tendo dúvidas intelectuais, tente elucidá-las até o fim. Pergunte a pessoas que provavelmente tenham respostas, e a muitas delas — não se satisfaça com uma ou duas. Peça por material de leitura. Pode levar algum tempo, mas uma vez que você está tentando decidir se a vida como cristão tem algum significado, deve tratar-se de questão que mereça um estudo sério. Se não for o caso, se você já estiver satisfeito com a informação de segunda mão alojada na mente, então duvido que você esteja sendo verdadeiramente honesto em seus questionamentos. Se abandonar sua fé, terá enganado a si mesmo. Se a mantiver, também terá se enganado: essas mesmas perguntas podem voltar, ou sua fé pode se tornar superficial, temerosa de confrontar dúvidas difíceis e de escutar com honestidade as perguntas que os não-cristãos estão fazendo.

Se você perguntar com honestidade e estiver disposto a pedir a Deus por ajuda, penso que encontrará respostas que o satisfaçam. E o que acontece comigo o tempo todo.
Penso que a maioria das pessoas começa com o cristianismo e só gradualmente passa a conhecer Cristo. Somos primei¬ro atraídos por um grupo de pessoas, um modo de vida, um líder ou um amigo em que confiamos.

Mas de quem não posso me livrar, mesmo quando estou infeliz, é do homem conhecido como Jesus. Ele é impressionante. Quanto mais aprendo sobre ele, mais maravilhado fico. Ele é a resposta final a todas minhas dúvidas.

Você tem de ler sobre ele. Na verdade, não há outra maneira completamente confiável de saber sobre ele. Quatro panfletos dão registros razoavelmente detalhados de sua vida sobre a terra, quando seu caráter revestiu-se de um foco visível. Não é por acaso que o Novo Testamento começa com eles: Mateus, Marcos, Lucas e João. Eles são básicos.

O que encontro nestes quatro registros sobre Jesus? Encontro camada após camada de significado: simplicidade — posso entender o texto na primeira leitura e encontrar nele uma riqueza que a maior de todas as mentes jamais esgota. Encontro um retrato convincente do único Homem por quem eu pensaria em dar a vida.

Eu poderia falar sobre muitos aspectos de Jesus e sobre por que ele me atrai. Mas vou me limitar a dizer uma única coisa que sempre me impressiona a respeito dele. Jesus é o único homem completamente livre que eu jamais encontrei.

Eu quero muito ser livre. Não quero estar aprisionado a coisa alguma. Quero voar livre como um falcão planando no vento. Em Jesus encontro um modelo daquilo que quero me tornar.

A liberdade de Jesus fluía de sua identidade como Filho de Deus. Ele mantinha contato; ele se lembrava de quem era em relação a Deus. As pressões não podiam amoldá-lo, porque Deus não mudava em seu amor e em sua promessa de guardá-lo. Nem mesmo a morte poderia mudar quem ele era — e é.

Suas dúvidas podem, em muitas ocasiões, levá-lo a uma compreensão mais profunda de Deus, pois as respostas dele raramente serão do tipo que você estava esperando. Se suas convicções são superficiais, elas terão de ser tratadas com mais profundidade. Se o esqueleto de sua fé se curvou, os ossos talvez tenham de ser quebrados antes de voltar à posição nor¬mal. E vai doer. Mas não tenha medo: ossos quebrados ficam mais fortes.

domingo, 21 de junho de 2009

De perdão em perdão


por Ariovaldo Ramos (www.irmaos.com)

Jo 4.13-26 – O diálogo! – Uma leitura!

Jesus: Eu sei que esse poço de Jacó é, em si, um milagre, mas quem beber dessa água tornará a ter sede, já, quem beber da água que lhe estou oferecendo, nunca mais terá sede. Essa água se tornará uma fonte, em si, a jorrar pela eternidade afora.

Samaritana: Me dá dessa água para que eu não tenha de vir mais aqui buscá-la. Ainda mais debaixo deste sol escaldante.

Ela estava com algum problema com sua comunidade e, por isso, não podia ir com as demais mulheres a buscar água, daí, tinha de vir no horário do almoço.
Parece que ela desconfiava de que Jesus, de fato, estava falando de algo, talvez de cunho espiritual. Sua pergunta forçava Jesus a deixar claro o que quer que fosse.

Jesus: Vá buscar o seu marido e volte, que eu lhe falo.
A impressão primeira é a de que Jesus está usando a lógica dos rabinos, de que só se pode comunicar a Palavra para os homens.
Parece, mas não o é, porque se esse raciocínio tivesse preponderado, nenhum diálogo haveria, desde o começo.

Samaritana: Eu não tenho marido.
Ao dizer isso, a mulher coloca Jesus numa situação critica: é como se ela lhe tivesse respondido – não tenho marido, se quiser falar comigo, tem de ser desse jeito mesmo.
E aí se revela a intenção de Jesus, a de manifestar-se.

Jesus: Você está certa, você já teve cinco maridos, mas este, com quem agora vive, não é seu marido. Você disse a verdade!

Samaritana: Vejo que você é profeta. Nossos pais disseram que deveríamos adorar a Deus neste lugar, e vocês dizem que devemos adorar em Jerusalém.
Tem-se a impressão de que ela está mudando de assunto, mas ela não o está. No contexto da época, adorar era ir até o Templo para oferecer um sacrifício que, uma vez aceito, obteria o perdão de Deus. Adorar era pedir perdão. O diálogo, portanto, ficaria assim:

Samaritana: Vejo que você é profeta. Eu sei que tenho de acertar isso com Deus, nossos pais disseram que era aqui que se pedia perdão a Deus, mas vocês dizem que é em Jerusalém que se deve pedir perdão. Onde se pede perdão a Deus?

Jesus: É em Jerusalém que se pede perdão a Deus, porque a salvação vem dos judeus, e nós adoramos o que conhecemos, e vocês adoram o que não conhecem. Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores pedirão perdão ao Pai em todo o momento, em si mesmos, em todo o lugar, e serão perdoados. Porque são estes adoradores que o Pai procura, porque o Pai é Espírito, está em todo o lugar, e importa que aqueles que reconhecem a Sua honra lhe peçam perdão em todo o tempo.

Samaritana: Quer dizer que eu posso pedir perdão em qualquer lugar, a qualquer hora? Mas, e o Templo?

Jesus: O Templo é você.

Samaritana: Então Deus pretende mudar de endereço, e, agora, quer morar nas pessoas?

Jesus: Exatamente, Deus é Espírito e quer morar no espírito das pessoas.

Samaritana: Mas, e o holocausto, o sacrifício?

Jesus: O sacrifício sou eu.

Samaritana: Bem, o que você está dizendo é muito diferente. Eu estou aguardando o Messias, o Salvador, quando ele vier nos explicará todas as coisas.

Jesus: Eu sou o Messias. Eu sabia que você estava me esperando e vim vê-la. Eu marquei esse encontro com você.

Adorar a Deus é pedir perdão. Tudo o que dizemos a Deus é insuficiente para honrá-lo. Mas quando lhe pedimos perdão, o adoramos, porque admitimos que Ele está certo, não nós. E lhe pedimos perdão, não apenas por nossos desvios morais, mas por nosso jeito de ser e de viver.

Os do Antigo Testamento esperavam o fim de semana para prestar culto, para pedir perdão, reconhecendo que Deus estava certo. Honrando-o, portanto. E só podiam fazê-lo no Templo de Jerusalém. Os do Novo Testamento têm Deus morando em si, por isso podem, a qualquer hora, honrá-lo com o seu pedido de perdão. Passam toda a semana em culto, e usam o final de semana para, com os demais Templos de Deus, celebrar a semana de culto. Os do Antigo Testamento partiam de seu pecado para o Templo, onde ofereceriam o sacrifício, que, uma vez aceito, lhes garantiria o perdão. Os do Novo Testamento partem do holocausto aceito previamente e para sempre – o sacrifício de Jesus, o Cordeiro de Deus, para o pedido de perdão, na certeza de que ao confessarem os seus pecados, Deus, fiel ao sacrifício, e reconhecendo que a justiça foi, no sacrifício, satisfeita, perdoará e tornará puro o pecador, como se ele não houvesse pecado (1 Jo 1:9).

O pedido de perdão é precedido por arrependimento. De perdão em perdão, somos transformados em pessoas parecidas com Jesus, porque o Espírito Santo vai nos revelando onde estamos desonrando a Deus e, então, a partir de nosso arrependimento e consequente pedido de perdão, Ele nos transforma à imagem do Senhor (2 Co 3.18).

domingo, 14 de junho de 2009

O Melhor Ator Coadjuvante

por Harold Kushner

(trechos do livro – Que tipo de pessoa você quer ser? de Harold S. Kushner)

Todos os anos, em una noite do final do mês de Março, milhões de pessoas ficam acordadas até tarde para assistir à entrega do Oscar. As cobiçadas estatuetas são concedidas ao melhor diretor, ao melhor ator e à melhor atriz, ao melhor filme e ao melhor profissional de várias outras categorias, entre as quais as de ator e atriz coadjuvantes.

A categoria dos coadjuvantes sempre me deixou intrigado. Não sei como é dirigir um filme. Não tenho a menor idéia do que é preciso para compor uma partitura musical ou desenhar o guarda-roupa dos artistas. No entanto, eu conheço a sensação e acho que todos conhecemos - de ser um ator coadjuvante no filme de outras pessoas, de não estar na berlinda e sim fazendo coisas que dão forma ao enredo e o impulsionam. Uma amiga está fazendo quimioterapia porque está com câncer; nós a visitamos, preparamos uma refeição para ela e a acompanhamos a uma consulta. A vida dela é um drama, uma luta de vida ou morte. Nós estamos em segundo plano, fazendo o possível para que tudo termine bem. Nossa igreja ou sinagoga assume o compromisso de trabalhar com os pobres e abandonados. Não estamos preparados para deixar nossa família e partir para o Haití ou para a África, mas prestamos contribuição para que outras pessoas possam ir. Podemos desejar ardentementeser o astro ou estrela da nossa vida, porém quase ninguém consegue atingir essa posição. Outros atuarão no centro da trama e nós estaremos no papel coadjuvante, fazendo coisas importantes acontecerem.

A Dra. Rachel Naomi Remen conta una história verdadeira sobre um de seus pacientes, George que recebeu o diagnóstico de que tinha câncer de cólon e foi informado que sua expectativa de vida era de apenas poucos meses. Ele chorou no consultorio dela porque achava que havia desperdiçado a vida e agora era tarde demais para mudar as coisas. Cientista e inventor, ele ganhara muito dinheiro desenvolvendo e comercializando aparelhos médicos, mas tinha se dedicado demais ao trabalho e negligenciado a família. Casara-se duas vezes e estava afastado das duas mulheres e de vários filhos adultos. Diante da perspectiva de morrer sozinho, sem que ninguém chorasse sua perda, o homem se lamentou: “que idiota eu fui. Eu só pensava em ganhar dinheiro e vou acabar deixando tudo que ganhei para um bando de pessoas que nem mesmo gostam de mim”.

Um dos aparelhos que ele criara, sua invenção mais lucrativa, ajudava portadores de uma doença crônica a viver uma vida praticamente normal. Por coincidência, a Dra. Remen tinha uma jovem paciente que sofria daquela enfermidade e usava o o aparelho. Graças ao equipamento, a moça pôde trabalhar, casar-se e formar uma família. Quando a Dra. Remen lhe contou que conhecia o inventor do aparelho, a paciente ficou pasma e muito entusiasmada. Ela perguntou se podería conhecê-lo. Em um jantar elegante os parentes da moça, que a tinham ajudado durante a doença e a visto retomar sua vida normal falaram da importância da invenção de George na vida deles. George, que havia chorado no consultorio da médica poucos dias antes, chorou de novo naquela noite por um motivo muito diferente.

Quando ficamos preocupados achando que nossa vida está passando num cortejo de trivialidades e eventos insignificantes, quando desejamos ardentemente fazer coisas que tenham importância e nos consideramos fracassados por que não concretizamos nada disso, a melhor maneira de nos livrarmos desse estado de espiríto é encontrar alguém que precise da nossa ajuda, [e nos tornarmos um coadjuvante em sua vida].

Um individuo comum pode de fato mudar as coisas? Será que nós, no nosso anonimato, somos capazes de interferir na História? Raramente conseguimos mover montanhas e mudar o curso dos acontecimentos através do que fazemos sozinhos. No entanto, na qualidade de membros de uma comunidade dedicada à bondade, agindo como pessoas bondosas e praticando boas ações, somos capazes de mudar o mundo. Podemos ter importância.

Saber que somos importantes para Deus faz com que uma parte considerável das nossas dúvidas e dos nossos receios desapareçam. Não temos que descobrir a cura do câncer para fazer diferença para o mundo e não precisamos escrever grandes romances para que Deus repare em nós. Basta compartilharmos nossa vida com outras pessoas e escolhermos a produtividade em vez da estagnação. Como disse Madre Teresa de Calcutá: “Poucos entre nós podem fazer grandes coisas, mas todos podemos fazer pequenas coisas com muito amor”. Somos o elenco coadjuvante em um espetáculo magnífico e contínuo, e é um intestimável privilégio fazer parte dele.

Bem-aventurados os Fracos


por Ricardo Gondim

Passo por uma fase em que meus valores vêm mudando muito. Ultimamente sinto atração pelos fracos, pelos caídos e pelos desafortunados na vida. Tenho vontade de gritar: chega de campeões, chega de relatórios bombásticos, chega de testemunhos de vitória. Cada vez mais venho aprendendo a partilhar da felicidade dos que não faziam parte de meu universo. À medida que envelheço, percebo nuanças que meus olhos juvenis não enxergavam.

São bem-aventurados os que não têm pedigree. Afortunados os que vêm de famílias pobres e por isso podem cantar, como Luis Gonzaga: “Ai, Ai, que bom/ que bom que é/ Uma estrada e a lua branca/ No sertão de Canindé/ Automóvel lá nem sabe se é homem ou se é mulher/ Quem é rico anda em burrico/ Quem é pobre anda a pé/ Mas o pobre vê nas estradas/ O orvalho beijando as flores/ Vê de perto o galo campina/ Que quando canta muda de cor/ Vai molhando os pés no riacho/ Que água fresca, nosso Senhor!/ Vai olhando coisa a granel/ Coisa que, pra mode vê/ O cristão tem que andar a pé”. Esses serão amigos de gente como Jefté, filho de uma prostituta; de Davi, excluído por seu pai e irmãos; de Nelson Mandela, que viveu sem calçar sapatos até quase a vida adulta. Eles são felizes porque não nasceram de pais frustrados com o seu quinhão na vida. Assim, sem rédeas manipuladoras, puderam optar por vocações, dar vazão a talentos e seguir por sendas que não se prestavam a satisfazer o ego ou as expectativas dos que precisam se projetar em crianças indefesas.

Bem-aventurados os que não são belos. Felizes os que não se conformam aos parâmetros estéticos da sua geração. Essas pessoas precisam vencer os preconceitos mais sutis, que valorizam a beleza da pele e esquecem os valores do caráter. Elas são afortunadas porque precisam de uma têmpera diferente para vencer. Quando se candidatam a um emprego, sabem que não impressionarão pela cor dos olhos nem pelos seios volumosos. Essas pessoas trabalharão com mais afinco, valorizarão o suor que brota pela persistência, pois não vivem iludidas pelo reflexo que matou Narciso. Elas serão amigas de Lia, cuja beleza não se comparava à de Raquel, e entenderão o provérbio bíblico: “A beleza é enganosa, e a formosura é passageira” (Pv 3.10).

Bem-aventurados os deficientes físicos, os meninos com síndrome de Down e as meninas com paralisia cerebral. Suas vidas valem muito para os seus pais; seus sorrisos são valiosos e suas existências, uma constante lembrança de que os padrões da normalidade são mais largos do que essa geração hedonista admite. Eles nos lembram de que nossa existência não é um passeio despretensioso e que não podemos viver na ilusão do eterno prazer. A felicidade dos deficientes que disputam as para-olimpíadas, de Hellen Keller, que, cega e surda, graduou-se em universidade, e Ray Charles, que nos encantou com sua voz maravilhosa, tem um peso diferente do riso soberbo dos ricos e dos poderosos.

Bem-aventurados os que já pecaram, os que já deram vexames, os que já se desviaram da vontade de Deus, mas voltaram arrependidos tal qual o filho pródigo. Esses não têm o coração altivo, não se sentem merecedores de coisa alguma. Vivem dependentes da misericórdia; jamais teriam coragem de reclamar seus direitos. Os perversos mais malignos são pessoas que nunca transgrediram, que jamais erraram; portanto, não sabem como é a dor da maldade, não conhecem a culpa do mal praticado. Mas aqueles que já amargaram o fracasso são felizes, porque celebram a graça; não esquecem que se não fosse o favor de Deus, há muito já teriam perecido. Eles caminham ao lado de Abraão, que mentiu, de Moisés que matou, de Davi, que adulterou, de Pedro, que negou, e com eles repetem: “Suas misericórdias duram para sempre”. Só eles podem dizer, como a virgem Maria: “Minha alma engrandece ao Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, pois atentou para a humildade da sua serva” (Lc 1.46-48).

Bem-aventurados os que nunca experimentaram grandes vitórias e vivem sem grandes arroubos. São eles que não nos deixam esquecer que a maior parte de nossa existência acontece no contexto da rotina. Eles são felizes porque souberam viver sem a fadiga dos ativistas cheios de adrenalina. Vivem despretensiosamente ao redor de pessoas amadas e não se sentem obrigados a carregar o mundo inteiro em seus ombros. Não deitam a cabeça no travesseiro para acordar no dia seguinte com olheiras. Eles são felizes porque souberam caminhar pela existência sem desejos grandiloqüentes, sem ambições ou invejas. Eles serão parceiros de João Batista, José, Bartolomeu, Joana, e tantos outros discípulos de Jesus, cujas vidas aconteceram no anonimato.

Bem-aventurados os que não precisam viver uma vida sempre coerente. Eles sabem que estamos sempre em fluxo, que mudamos e precisamos abrir mão de verdades a que no passado já nos apegamos com muita firmeza. Eles não são dogmáticos, intolerantes nem legalistas. Essas pessoas são felizes porque nos lembram que o amor nos tornará incoerentes e imprevisíveis e que o nazismo montou-se sobre uma pretensa lucidez filosófica.

Bem-aventurados os que não sentem a cobrança de uma divindade infinitamente exigente. Eles podem ser eles, mesmos quando se percebem diante de Deus; não se amedrontam por serem imperfeitos ou por carregarem complexos e traumas interiores. Não temem a rejeição de Deus e por isso não precisam encenar uma espiritualidade plástica e afetada. Eles também ouvirão a voz que afirmou Jesus no dia do seu batismo: “Este é o meu filho amado em quem o meu coração está satisfeito”. Felizes os que nos ensinam que viver em intimidade com Deus significa saber que ele está satisfeito conosco e que não precisamos nos provar, pois seu amor não depende de nossa perfeição.

Bem-aventurados os que não se comparam aos poderosos nem invejam os triunfantes. Eles captam o significado do Poema em Linha Reta, de Fernando Pessoa, e sabem que é falsa a pretensão daquele que alardeia ter sido campeão em tudo. Reconhecem que o poeta está correto quando afirma: “Estou farto de semideuses”. E, em parceria com Pessoa, também clamam: “Quem me dera ouvir de alguém a voz humana”. E, como ele, também gritam: “Arre, estou farto de semideuses. Onde é que há gente no mundo?” Esses serão amigos de Paulo, que mesmo no fim de sua vida, afirmou: “Eis uma verdade digna de toda aceitação; Cristo veio salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal”.

Assim, os meus novos heróis são pessoas que sempre estiveram ao meu redor e que nunca percebi. Agora vejo que nunca dera conta de que eles são descritos no Sermão da Montanha. Admito que essas constatações chegaram muito tarde em minha vida; contudo, espero que você aprenda a reconhecer os verdadeiros heróis antes do que fui capaz. Se conseguir lhe ajudar nessa tarefa, eu também me sentirei bem-aventurado.

Soli Deo Gloria.

Podemos ser derrubados, porém nunca nocauteados


Por Pr. José Capelari

Podemos ser derrubados, mas nunca nocauteados!

Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desesperados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; trazendo sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossos corpos.
(II Co. 4. 8-10)

Esta passagem de II Coríntios é formidável, pois em nenhuma outra carta paulina vemos tamanha exposição da pessoa de Paulo, aqui ele fala o que é viver por Cristo e para Cristo, mostrando-nos que ser um cristão não é tarefa fácil desde o início da Igreja. Outra coisa que me chamou a atenção foi à forma simples e clara que Paulo escreve à igreja de Corinto, ele não vem com “rodeios”, mas descreve sua trajetória de forma que todos podem entender. Mas há ainda outro destaque nesta passagem que é a confiança de Paulo na poderosa mão de Deus sobre a sua vida, a qual podemos ter também sobre as nossas vidas. Paulo fala que ele em tudo sofria tormentos, mas que não se angustiava (não se consumia ou se estressava – paz de espírito) por causa disto; ele via coisas de deixar o “cabelo em pé”, mas não se desesperava com isto (mantinha sempre a calma – longanimidade); Paulo era perseguido, mas sabia que a poderosa mão de Deus não o desamparava (fé – confiança), e aqui vem algo interessante, Paulo diz: “...abatidos, mas não destruídos...”, ou seja, ele poderia ser derrubado nas batalhas da vida, mas em nenhuma delas ele era nocauteado, nunca “beijava a lona”. Assim também acontece conosco que confiamos em Deus, podemos sofrer as mais diversas decepções, ouvir uma palavra que nos fere lá no fundo, ver algo que nos entristece, chorar pelas tristezas da vida, podemos cair de joelhos, mas nunca para sermos destruídos, e sim para adorar e orar a Deus continuando assim a nossa batalha. Quando isso acontece em nossas vidas, podemos afirmar convictos como Paulo, que trazemos sempre em nosso corpo o morrer (sacrifício) de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nosso corpo, e nós tenhamos vida eterna, alegria eterna e amparo eterno.

Se você está enfrentando lutas ou tristezas em sua vida, se sua alma anda cercada de angustias, se seu espírito sofre ataques diários, confie em Deus, pois ele está junto de você, e se neste momento você estiver de joelhos dobrados, saiba que não é para “beijar a lona”, mas é para adorar a Deus na melhor posição. E se nesta hora você sentir que precisa de ajuda, pode contar comigo.

Em Cristo Jesus;
Pr. José Capelari

Quando Deus te reanima

Por Ronaldo Lidório


Sabemos que a vida humana é marcada pela inconstância do coração. Há dias em que somos tomados pela esperança e outros marcados pela melancolia da alma. Há dias de encorajamento e dias de inquietante desmotivação. Há dias de paz e dias de angústia. Dias de alegria e dias de amargura. Dias bons e dias maus.
Perante esta inconstância da vida somos confrontados com um Deus totalmente constante, estável, firme e inabalável.

A Bíblia nos apresenta Deus como o sol do meio dia, as inabaláveis montanhas de Sião, o forte cedro do Líbano e as altas muralhas de Jerusalém. C.S. Lewis nos lembra que o Senhor não se abala, e esta é a certeza que temos de que seremos salvos.
Davi é um exemplo de inscontância humana como talvez nenhum outro personagem na Palavra. Foi guerreiro implacável e na força de Deus derrotou o gigante Filisteu.
Por outro lado adulterou com Bate-Seba e traiu Urias, um de seus leais soldados. Reconstruiu Jerusalém que passou a ser chamada cidade de Davi. Mas também magoou seus filhos e foi um desastre como pai. Era temente ao Senhor e foi chamado homem segundo o coração de Deus. Entretanto, em sua família houve incesto, assassinato, mentiras e traição.

Talvez um dos momentos de maior melancolia e desespero tenha acontecido quando, voltando de uma batalha, exausto, encontra Ziclague, sua cidade, saqueada e destruída. E todas as mulheres e crianças levadas cativas. Seus homens, amargurados, falam em apedreja-lo. E ali se encontra Davi, caído, sem consolo e esperança. Mas algo inesperado acontece, e este é o texto que tem sido usado por Deus muitas e muitas vezes para me reanimar: "E Davi se reanimou no Senhor seu Deus".
Esta frase, encontrada no primeiro livro de Samuel, capítulo 30, verso 6, revela-nos uma das mais poderosas obras de Deus na vida de seus filhos. Levantar-nos quando tudo parece perdido. Abrir o caminho quando não sabemos para onde ir. Fazer romper o sol quando estamos presos na neblina da vida. Dar-nos perseverança quando a vontade é parar.

O que mais me intriga é que este reânimo veio absolutamente do Senhor pois não havia ali elementos de esperança. Caiu destruído, levantou reanimado.
Tenho pensado e orado para que Deus nos reanime especialmente em três áreas: casamento, ministério e emoções.

Casamento. O hedonismo é talvez o maior elemento da nossa atualidade que contribui para a inconstância conjugal. Ele nos ensina que nós nascemos para nós mesmos, não para Deus, não para o outro. Não para a esposa ou o marido. E se eu me torno o centro inquestionável de minha relação com minha esposa e marido, esta relação só durará enquanto eu estiver feliz.

Ministério. Perante as tribulações, angústias, questionamentos e críticas, o que nos alimenta, em nossos ministérios, não é nossa capacidade humana ou o companheirismo do que está ao lado, mas sim Deus. A maior certeza que um ministro tem em seu ministério é que ele precisa desesperadamente de Deus. Se esta certeza um dia faltar perderemos o rumo e o ânimo. Estaremos caídos sem haver quem nos levante.

Emoções. A ansiedade humana é um dos aspectos mais corrosivos da alma. Conheço inúmeros irmãos e irmãs que, tomados pela ansiedade crônica, que não passa, pela insastifação constante do coração, tornaram-se secos, perderam a brandura, não gargalham. Vivem sempre a espera que amanhã seja melhor, menos triste. Que algo novo aconteça.

Se olharmos para Davi naquele dia, ele estava acabado. Sem família, sem cidade, sem liderança, sem futuro. Mas a reação de Davi, mesmo que forjada por Deus, indicou uma atitude necessária para cada um de nós: Obediência. Ele se levantou!
Davi se reanimou em Deus. Levantou-se e perseguiu os Amalequitas, com alguns de seus homens. Tomou de volta as mulheres e crianças, e o despojo. Reconstruiu a cidade e habitou nela. Recuperou o respeito de seus homens com o brilho de quem um dia iria reinar sobre toda Israel.

E serviu a Deus. Pois se levantou quando Deus disse: levanta-te.

Tentação: Quando aquilo que parece bom é ruim.


por Tim Stafford

Você sabe qual desventura considero mais desanimadora que qualquer outra em minha vida? E o sentimento que tenho logo após ter cedido, de novo, à tentação — depois de sentir uma enorme autopiedade ou de olhar para uma re¬vista pornográfica.
Não tenho dúvida quanto ao perdão. Sei que Deus tirará o pecado e me renovará. Mas me pergunto se algum dia escapa¬rei da tentação. Quando se trata de encará-la, será que tenho forças para resistir? Posso me enxergar caindo de novo, de novo e de novo.
Assim, tenho pensado na tentação, imaginando se há uma chave, um segredo mágico para resistir a ela. "Entregar-se a Deus" ou "voltar-se para o Senhor" são frases que têm me ajudado às vezes. Mas tenho descoberto que não há mágica nas frases. Não posso dar as costas à tentação pondo-me a fazer ginástica mental.
"Técnicas" religiosas têm me desanimado. Com elas acho que tenho a resposta. Então, cedo à tentação mais uma vez, e abruptamente me dou conta de que não tenho.
Tem ajudado, no entanto, pensar na natureza da tentação. Há alguma característica consistente que posso discernir nela? Encontrei três diferentes componentes da tentação, e todos os três devem ser tratados de uma única vez.
1 - A tentação pode ser um objeto físico que você encontra. É uma linda mulher que você pode facilmente transformar em obje¬to, ao deixar que o corpo dela lhe ocupe os pensamentos.
A tentação é um pedaço de torta quando você está tentan¬do perder peso. É uma revista pornográfica. É aquele troco a mais que o caixa lhe devolve.
Se você quiser evitar a tentação, evite estes objetos o máxi¬mo que puder. Infelizmente, não é fácil distanciar-se de alguns desses objetos sem se tornar eremita.
2 - A tentação é uma situação de pressão, quando todo o mundo o provoca e humilha para que faça algo que você não gostaria.
A tentação é quando seu chefe pega no pé e você tem von¬tade de chicoteá-lo. É quando você está no meio de estranhos que estão rindo e se divertindo e você tem vontade de sumir dali e curtir a autopiedade.
Em outras palavras, a tentação vem com situações de pres¬são. Por conta própria, você talvez não queira fazer algo que o leve a situações de tentação. Você não se envolveria com fofo¬ca se não estivesse no meio de amigos que estivessem fofocando. Não falaria palavrões se seus amigos não falassem.
De algumas dessas situações você pode ficar distante, tanto quanto pode ficar distante de objetos tentadores. Se um gru¬po de amigos está sempre envolvido em problemas, você pode encontrar novos amigos ou ficar longe deles nas ocasiões em que saírem procurando problemas.
Há outras situações que você pode evitar. Uma observação bem colocada pode aliviar um momento de tensão. Você pode se tornar um líder em seu grupo em vez de ser mero partici¬pante. Você pode sentar com seu chefe e explicar como se sente, de modo que ele não se sinta tão inclinado a pegar-lhe no pé.
Infelizmente, algumas dessas situações de pressão não são fáceis de evitar ou mudar. A tentação parece inevitável.
3 – A tentação é uma voz em sua cabeça sugerindo: "você é indig¬no. Por que tentar?". A tentação diz: "Se eles o tratam assim, você deve tratá-los da mesma maneira. Eles merecem." "Que diferença faz se você enganar mais uma vez?"
A tentação trabalha de dentro para fora, pondo em questão se o que Deus diz é verdade e espalhando meias-verdades em sua mente. Este é o aspecto mais devastador da tentação. Obje¬tos tentadores e situações de pressão não são suficientes: eles têm de vir acompanhados de pensamentos que operam no cére¬bro. E dos pensamentos você obviamente não pode fugir. Você pode ser tentado em qualquer lugar, a qualquer hora — na igreja, sozinho, no deserto (onde, de fato, Jesus foi mais severa¬mente tentado). Então, como poderá "evitar a tentação?"
Você, na verdade, não pode evitá-la. Algumas pessoas ten¬tam isolar a tentação de suas vidas. Só freqüentam festas "se¬guras", assistem a filmes "seguros" e têm amigos "seguros". Fi¬cam distantes da praia e de livros não-cristãos. Estabelecem uma série de regras para seguir rigidamente, de modo que a tentação jamais encontre uma brecha em sua personalidade. Todas essas coisas podem ser apropriadas ocasionalmente para manter a porta da tentação fechada. Mas qualquer solução real também tem de lidar com o cérebro. Se seus pensamentos estiverem livres da tentação você poderá resistir aos proble¬mas que amigos e situações trazem a sua vida.
Não adianta dizer a si mesmo que a tentação não existe. Se você está de dieta, um pedaço de torta de maças parece tenta¬dor, e não há nada de mal nisso. Já ouvi gente dizer que o pecado não tem graça, mas não é verdade. O pecado é diver¬tido... por algum tempo.
O que torna a tentação sem graça a longo prazo são as coisas que vêm atreladas a ela. Você pode gostar de um peda¬ço de torta hoje, mas isso significa que amanhã não vai gostar do que a balança terá para lhe dizer. Você pode gostar de sentir autopiedade hoje, mas dias demais sustentando auto-piedade, e ela será a única coisa de que você poderá desfrutar: você já não terá mais amigos. O sexo antes do casamento pode ser prazeroso hoje, mas que tipo de atitudes e relacionamen¬tos você estará construindo para o amanhã?
Uma mente transformada, que tenha forças para resistir à tentação, requer apelo a lealdades elevadas, desejos mais fortes. Resistir à tentação é basicamente simples, se você pensar bem. É uma escolha. Você pode analisar as opções e decidir o que quer fazer. O problema é que os prazeres da tentação são, na maioria das vezes, mais óbvios e imediatos que os prazeres de não ceder. Além disso, sua mente já foi distorcida repetidamen¬te, de modo que nem sempre consegue ver de maneira clara aquilo que realmente é bom para você. Parece bem melhor ser amado por uma multidão de amigos que ser amado por Deus. Você precisa, portanto, renovar a mente — entrar em contato com o que é realmente melhor para si.
Você precisa reeducar a mente de modo que essas recom¬pensas se tornem tão óbvias quanto as recompensas que rece¬be por ceder à tentação.
Talvez os princípios a seguir o ajudem nesse processo:
1. Saiba onde está pisando. Pense nos resultados a longo prazo de suas ações. Hoje pode ser mais fácil brigar com sua noiva e fazer as coisas de seu jeito. Mas que tipo de relacionamento você está cultivando para o futuro? Por outro lado, para onde a obediência a Deus vai conduzi-lo? Se você consegue enxer¬gar os atrativos do tipo de vida que Deus quer plantar em você, será menos tentado a optar pelo prazer momentâneo.
2. Substitua os pensamentos tentadores por algo melhor. Você não pode ignorar a tentação, mas pode encher seus pensa¬mentos de algo mais. A oração, na maioria das vezes, ajuda, e não necessariamente a oração pedindo ajuda para resistir à tentação. Eu sempre começo orando pelos amigos. Às vezes, quando estiver se sentindo tentado, é de muita ajuda lembrar do poder e do amor de Jesus, que está a seu lado, que vive com você. Algumas pessoas usam este versículo para ajudá-las a lembrar: "tudo posso naquele que me fortalece" (Fp 4:13).
Mas você não tem de encher a mente com pensamentos religiosos. Às vezes a melhor coisa a fazer é apanhar um livro interessante, ligar para um amigo ou começar a trabalhar em algum projeto. Se você for tentado a assistir a um filme violen¬to, procure outro. O problema com muitas tentações é que elas são próximas e imediatas. Se você conseguir colocá-las de lado por um tempo e der à mente a chance de se recuperar do pânico, estará em melhores condições de enxergar um quadro mais amplo.
3. Sua mente tende a seguir padrões. Mude os padrões e você mudará a mente. Em uma família, as crianças estão sempre brigando sobre os programas de TV a que vão assistir. Elas deveriam mudar o padrão, decidindo com antecedência os programas e chegando a um acordo muito antes de ligar o aparelho.
4. Rompa com o padrão do fracasso confessando. Quando você fala sobre seus erros com outra pessoa, isso muda sua atitude. Por um lado, você recebe perdão, e a mente pode então descansar. Você se recusa a se entregar e a repetir seus fracassos por conta de uma atitude do tipo "já-fiz-uma-vez-que-diferença-mais-uma-pode-fazer?". Por outro lado, um amigo pode ajudá-lo a sustentar sua decisão de não mais ceder à tentação. Ele pode acompanhá-lo, encorajá-lo e orar por você.
5. Acima de tudo, lembre-se de quem você é: um filho de Deus, amado por ele. Quando os pensamentos tentadores vierem, traga esse fato à lembrança: "eu poderia agir assim, mas isso traz glória a Deus de verdade? Eu quero ser leal e amável para com ele do mesmo modo que ele é comigo". Quanto mais você compreender o amor de Deus, mais vai querer estar perto dele e obedecer-lhe. Algumas de suas tentações irão simplesmente desaparecer: passarão a parecer coisa boba. Seus prazeres se¬rão insignificantes, se comparados às coisas boas que está ex¬perimentando.
Você se fortalece toda vez que derrota a tentação. Cada sucesso é um exercício de edificação. Quanto mais você expe¬rimenta a alegria que Deus tem para sua vida, menos atraente a velha vida se mostra. Sempre haverá tentações enquanto viver nesta terra, mas quanto mais se aproximar de Deus, me¬nos vai querer decepcioná-lo.
Só mais uma coisa: cada um de nós possui ao menos um ponto fraco. Podemos descobrir que a tentação é muito forte ali e experimentar repetidos fracassos. Com freqüência fica¬mos desanimados e somos tentados por um pecado ainda pior: a desesperança.
Em ocasiões assim, é mais importante que nunca perceber a natureza ilimitada do perdão de Deus. Ele é ilimitado — conceito de difícil compreensão para nós. Mas se você se ape¬gar a ele, um dia vai compreender. E não apenas isso: um dia a área em que você é mais fraco será transformada num ponto particularmente forte.

Tomando decisões importantes


por Ailto Santana

Pergunta: Preciso tomar uma decisão importante. Como decidir com sabedoria? Como saber qual a vontade de Deus para minha vida?
Resposta: Meu querido irmão em Cristo Jesus:

Existem oito passos que poderão revelar a você á vontade de Deus para sua vida:

1º Passo é: A Vontade de Deus e a sua vontade.
Confiar tão plenamente em Deus, a ponto de acreditar que à vontade de Deus é melhor do que a minha vontade. É aceitar que o plano de Deus é melhor que o meu plano.
Você se lembra das palavras de Jesus no Getsêmani?
Lucas 22:42 “Pai, se possível, passa de mim este cálice sem que eu beba, todavia não se faça a minha vontade mais a Tua”.
Jesus sentia o peso dos pecados da humanidade sobre seus ombros. Ele temeu aquele momento e pediu a Deus que “se possível”, Ele não gostaria de morrer, mas em seguida disse: Faça-se a Tua vontade!
Uma coisa é concordar com Deus quando vontade ele e a nossa coincidem. Mas e quando á vontade de Deus é totalmente oposta a nossa?
Há uma luta, entre a nossa vontade e a vontade de Deus, e muitas vezes nós Fazemos de Deus um empregado nosso, ou como o gênio da lâmpada mágica e esperamos que Deus diga sim para nossos desejos.

O 2º Passo é: Oração!
Alguns dizem:— Ah eu não tenho vontade, e como eu não sou hipócrita, então eu não oro!
Se você não está com vontade de orar, então diga isto pra Deus! Você pode dizer:
— Olha Senhor, hoje eu não estou nenhum pouco a fim de orar! Ultimamente eu estou achando é que o Senhor não liga a mínima pra minha vida!
Isto foi uma oração? Sim!
Orar é falar com Deus e abrir o coração pra Ele como quem fala com um amigo!
1ª Pedro 5:7 - “Lançando sobre ele toda a nossa ansiedade porque ele tem cuidado de nós”, sabe o que isto quer dizer?
Deus é o ombro amigo no qual você pode desabafar!
Algumas pessoas complicam muito este negócio de se relacionar com Deus.
Oração? É conversar com Deus.
Fé? É confiar em Deus. Mas como ter fé, como confiar em alguém que você não conhece? Para muitos Deus é um ilustre desconhecido, com quem não gasta quase nenhum tempo.
Comunhão? É passar tempo falando com Deus e ouvindo suas respostas, como você faria com o seu grande amor.
Fale com Deus em oração, ouça suas respostas pela Bíblia, passe tempo com Deus, faça de Deus seu confidente, seu consultor. O próprio Cristo sempre consultava o Pai em tudo.
Ore: Senhor faça a tua vontade na minha vida!

3º Passo é: Estudar a Palavra de Deus.
Se você quer conhecer a Vontade de Deus vai ser necessário Conhecer a Deus. E só na Bíblia você vai saber como ele age, como Ele se revela.
Tem uma grande diferença entre conhecer a respeito de Deus e conhecer a Deus. Ao ler a Bíblia , tenha sempre dois objetivos:

1- Se informar (estudando)
Algumas pessoas pegam os livros do começo da Bíblia para ler e se cansam logo, porque existem muitas genealogias. Estas partes não são para meditação e leitura, são para serem estudadas.
E para que estudar isto?
Bem, você lê a história dos espias de Israel que foram protegidos por uma prostituta chamada Raabe, estuda a bonita história de Rute, que mesmo não sendo judia decidiu seguir o Deus da Bíblia, então você estuda as genealogias e quem era filho de quem e quem era pai de quem e descobre que Jesus foi descendente tanto de Rute, como de Raabe. Daí você pensa assim: Puxa, se o Filho de Deus tem em sua linhagem gente assim simples, então não importa de onde eu vim, pois Deus poderá me usar sendo eu do jeito que sou!

2- Ouvir a voz de Deus (meditando e aplicando para sua vida).

A leitura da Bíblia ensinará você a conhecer a vontade geral de Deus para todas as pessoas. Porque tem muita gente que toma decisões erradas por não conhecer a vontade de Deus que já está revelada. O que está revelado não precisa ser mais revelado! Devemos ler a Bíblia para ter sabedoria. Para tomar qualquer decisão é preciso sabedoria, e como diz a Bíblia em Tiago 1:5 “Se você tem falta de sabedoria peça a Deus. Que a todos dá liberalmente” e em Provérbios 3:13 diz: “Bem aventurado o homem que acha a sabedoria, e o homem que adquire o conhecimento”.
Deus promete entrar em contato conosco pois ele mesmo diz no Salmo 32:8 “Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir, guiar-te-ei com os meus olhos”.
Se você fizer da leitura da Bíblia um hábito, logo você notará a diferença que isso fará na sua vida.

4º Passo: Não se guie pelos sentimentos.
Cuidado porque você poderá ser enganado pelos seus sentimentos. Provérbios 16:25, diz: “Há caminhos que parecem direitos, mas o seu fim são caminhos da morte”.
A Bíblia está repleta de exemplos de pessoas que até começaram bem mais depois de algum tempo tomaram decisões levando em conta apenas à vontade própria.

5º Passo: Ouça os conselheiros de Deus (Familiares, amigos, líderes religiosos....) Se Sansão desse ouvidos ao seu pai...
Provérbios 11:14 vemos “...na multidão dos conselheiros há segurança”.
Mas cuidado! Muitas pessoas pagam para receber conselhos de pessoas que não crêem em Deus e não têm relacionamento com Ele. Procure o conselho de pessoas que conhecem a Deus e se relacionem com Ele no dia-a-dia.
Salmos 1:1 “Bem aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores...”
Mas cuidado para não ser parte de um outro grupo de pessoas que nunca aceitam conselhos de ninguém!
Moisés estava com o povo no meio do deserto e recebeu a visita de seu sogro. O velho e experiente, Jetro viu a maneira como Moisés cuidava das questões do povo, como administrava tudo, e ao ver isto, se espantou!
Moisés tinha uma administração tão centralizada, que fazia com que ele trabalhasse demais!
Jetro chamou então Moisés de lado e disse:
Êxodo 18:17 “Não é bom o que fazes, logo desfalecerás, ouça a minha voz, e eu te aconselharei”.
Moisés então ouviu o conselho do experiente Jetro, e colocou lideres entre o povo, chefes de mil, de cem, de dez, e a partir daí as coisas foram muito melhores.
Através de Moisés vemos que Deus pode usar pessoas próximas de nós para nos orientar. Podem ser nossos parentes, amigos, Deus pode usar: mensagens, sermões.

6º Passo: Examine a providência de Deus
O que é providência? É a sabedoria com que Deus conduz todas as coisas. Veja o plano de Deus como um quebra cabeças. Peças que com o tempo vão se encaixando e formando um painel que vai se ampliando. Como diz Davi no Salmo 103:2 “Bendize, oh minha alma ao Senhor e não te esqueças de nenhum dos seus benefícios”.
Faça uma retrospectiva de sua vida, de como só depois você pôde ver como Deus guiou sua vida sem que você percebesse. Faça isto e você vai poder perceber para onde Deus está te levando.
Lembra-se de Abraão? Gênesis 12:1 “Ora o Senhor disse a Abraão: Sai da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai e vá para a terra que eu te mostrarei”
Você viu só: A ordem do Senhor foi por etapas. Primeiro sai daqui para o lugar que eu te mostrarei, e o Senhor foi conduzindo a sua vida. Foi assim também com o povo de Israel ao sair do Egito. E pode observar que é quase uma regra na vida de quase todo os personagens da Bíblia.
Com Deus é assim! Nunca entendemos o que acontece em nossa vida na hora em que tudo acontece! Mas podemos ter certeza de que Deus é sábio demais para cuidar de tudo!

Pronto agora você já tem base para tomar uma decisão já passou pelos seis passos:
1º colocou de lado a vontade própria,
2º você orou.
3º você estudou a palavra de Deus.
4º você deixou de lado os seus sentimentos
5º você se aconselhou com algumas pessoas
6º você já viu a providência de Deus dirigindo sua vida; então:

O 7º Passo é: Com base nestes seis passos: Tome uma decisão. A Bíblia está cheia de convites para a decisão. Josué 24:15 diz: “Escolhei hoje a quem sirvais” . Elias em 1º Reis 18:21 disse ao povo: Até quando coxeareis entre dois pensamentos: Se o Senhor é Deus, segui-o; se é Baal segui-o”.
Mas ainda falta um passo?

O 8º e último passo: Convide a Deus para continuar no comando da sua vida.
Peça a Deus pra não deixar você se afastar do plano dele para a sua vida.

Sabe, conhecer a Vontade de Deus não basta. É preciso ir além. A Palavra de Deus diz: “Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele e ele tudo fará” Salmos 37:5

Tenho usado este principio na minha vida.

Que Deus te abeçoe ricamente,

Do amigo, irmão em Cristo e vizinho na Nova Terra,
Ailto Santana
EQUIPE DE CONSELHEIROS BÍBLIA ONLINE

Saindo do isolamento


por Janethi Menezes

Para não perder a família..

O Senhor nos fez, para andarmos junto com a família, mas você já observou como as pessoas estão isoladas? Durante a semana a casa está quase vazia, alguns estão no trabalho, outros na faculdade, cada um segue o seu próprio rumo, todos correndo em busca da conquista.

Se tem problemas não compartilham em casa, cada um tenta resolver a sua maneira.Eu e meu esposo, somos pastores de uma igreja, que é repleta de jovens e muitos nos procuram buscando ajuda, e sabe o que temos visto? Muitos pais não conhecem os próprios filhos, outros nem se preocupam em saber se estão felizes sentimentalmente, como estão na escola, na faculdade, vivem isoladamente no meio de todos que os cercam.

Já se sentiu assim? Isolado, sozinho, abandonado, mesmo estando numa casa cheia? Já parou para pensar que todos dentro de casa, podem estar sentindo a mesma coisa? Estamos numa correria tão grande em busca da conquista, do sucesso, que não temos tempo, para ver o que está acontecendo dentro da própria casa, as vezes nem conhecemos as pessoas, com quem vivemos e isso é muito triste...

Já parou para perguntar aos seus filhos, esposa ou esposo se eles são felizes ao seu lado.Quero ilustrar esta palavra, para você entender melhor, o que quero te dizer:Havia uma jovem muito rica, que tinha tudo:Um marido maravilhoso, filhos perfeitos, um emprego que lhe pagava muitíssimo bem, uma família unida.O estranho é que ela não conseguia conciliar tudo isso, o trabalho e os afazeres lhe ocupavam todo o tempo e a sua vida estava deficitária em algumas áreas. Se o trabalho lhe consumia muito tempo, ela tirava dos filhos, se surgiam problemas, ela deixava de lado o marido...

E assim, as pessoas que ela amava eram sempre deixadas para depois. Até que um dia, seu pai, um homem muito sábio, lhe deu um presente: uma flor muito cara e raríssima, da qual havia um apenas exemplar em todo mundo. E disse a ela:
- Filha, esta flor vai te ajudar muito mais do que você imagina!

Você terá apenas que regá-la e podá-la de vez em quando, ás vezes conversar um pouquinho com ela, e ela te dará em troca esse perfume maravilhoso e essas lindas flores. A jovem ficou muito emocionada, afinal a flor era de uma beleza sem igual. Mas o tempo foi passando, os problemas surgiam, o trabalho consumia todo o seu tempo, e a sua vida, que continuava confusa, não lhe permitia cuidar da flor. Ela chegava em casa, olhava a flor e as flores ainda estava, lá, não mostravam sinal de fraqueza ou morte, apenas estavam lá, lindas, perfumadas. Então ela passava direto.

Até que um dia, sem mais nem menos, a flor morreu. Ela chegou em casa e levou um susto!Estava completamente morta, suas raízes estavam ressecadas, suas flores caídas e suas folhas amarelas. A jovem chorou muito, e contou a seu pai o que havia acontecido.

Seu pai então respondeu:
Eu já imaginava que isso aconteceria, e eu não posso te dar outra flor, porque não existe outra igual a essa, ela era única, assim como seus filhos, seu marido e sua família. Todos são bênçãos que o Senhor te deu, mas você tem que aprender a regá-los, podá-los e dar atenção a eles, pois assim como a flor, os sentimentos também morrem. Você se acostumou a ver a flor sempre lá, sempre florida, sempre perfumada, e se esqueceu de cuidar dela.

Cuide das pessoas que você ama! E você? Tem cuidado das bênçãos que Deus tem te dado?Termine de ler esta palavra e vá ao teu filho e diga o quanto você o ama, se não tiver em casa, liga para ele no celular, pergunta como está o seu fim de semana.

Sua esposa(o) está com você? Diga-lhe que sua vida, não teria , graça se não estivessem juntos, afinal apesar dos problemas, vocês são uma só carne, não é mesmo?Você tem honrado os seus pais? Ainda dá tempo, não demore mais. Eles são únicos querido(a), cuide deles, são herança do Senhor, para fazer os seus dias melhores.

Seja feliz, ainda dá tempo, não deixe para amanhã, tome uma atitude, antes que seja tarde demais. Que o Senhor te abençoe, com toda sorte de bênçãos espirituais, nas regiões celestiais.

Pastora Janethi Menezes
www.atosdois.com.br
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A Páscoa e a Restauração do Casamento

por Timoteo B. da Luz


O Corínthians tinha acabado de sofrer o empate aos 47 minutos do segundo tempo.
Lástima maior foi o que descobri naquele início de noite de domingo.

Naquela tarde, enquanto eu assistia ao futebol, Rute estava na cozinha lavando lentamente – mais do que o normal - a louça do almoço. Entrei reclamando do final do jogo e percebi que ela estava chorando.

Perguntei o que havia acontecido e ela me ignorou. Tentei novamente dizendo que não poderia ajudar em nada “até que resolvesse abrir a boca”.

Então veio a explosão, que assumiu proporções gigantescas em meio à manifestação de tanta dor. Minha esposa, que sempre me pareceu tão frágil, deixou-me paralisado com o que ouvi, enquanto a luz do sol desaparecia lá fora.

- "Você nunca faz nada, nunca sente nada, nunca percebe nada!" Aquele homem do meu trabalho que tem ligado aqui, eu tenho pensado nele mais do que deveria. Mas você está sempre muito ocupado com o seu trabalho, seus amigos, a sua coleção de miniaturas e o seu futebol. Agora você vem dizer que não pode fazer nada? Você nunca faz nada!

Enquanto suas palavras queimavam em mim como brasas, lembrei-me de que, há tempos, não via um sorriso no rosto dela. Nos acampamentos, quando jovens, o seu sorriso era o mais contagiante de toda a turma. Foi uma das coisas que me conquistou.

Como uma luz que subitamente invade um quarto escuro, veio à minha mente um pensamento: Quanta insensibilidade! O meu pecado e a minha omissão roubaram o brilho da vida da minha esposa! Haverá perdão para mim?

No domingo seguinte, veio a resposta de Deus. Era o domingo de Páscoa e a mensagem foi sobre a ruína e a restauração de Judá. Poderia haver restauração para o nosso casamento que estava em ruínas? Diz o texto que o rei Josias renovou a aliança com Deus e celebrou a Páscoa.

Em II Reis 23 está escrito que “nunca foi celebrada, em Judá, uma Páscoa como aquela”.

Sentados à mesa da cozinha naquele final de domingo, Rute e eu renovamos diante de Deus a nossa aliança e celebramos, pela primeira vez, a nossa Páscoa em família. E para nós, também, nunca houve uma Páscoa como aquela. Ficou marcada como o início da restauração do nosso casamento.

* Ficção baseada em fatos reais.

Cinco coisas que eu gostaria de saber antes de entrar nesse mundo

por Nélio da Silva

Algum tempo atrás eu não pude deixar de rir quando folheei, em uma livraria nos Estados Unidos o livro “Dez Coisas que eu Gostaria de Saber Antes de Entrar no Mundo Real” . A autora é Maria Shriver, esposa de Arnold Schwarzenegger. Eu fiquei pensando comigo mesmo: “Deixa disso Maria...” essa é uma criatura que nasceu e cresceu dentro da dinastia dos poderosos Kennedys e se casou com o maior ator de filmes de ação de todos os tempo e hoje é a primeira dama do estado da California! Deixando Maria de lado, o título do livro dela mecheu comigo e me fez pensar: Quais são as apenas cinco – não dez - coisas que eu gostaria de saber antes de entrar neste mundo tão real? Eis aqui o que eu realmente gostaria de saber, com toda certeza e que demorou um bocado prá eu entender a respeito desta vida:

1 - A vida não é justa. Por que as pessoas não me disseram isso? Talvez elas tenham realmente me dito, mas eu não ouvi. Aprendi que não devemos levar esse ponto aqui muito a sério não; mas temos que ser realistas, afinal as Escrituras mostram, com riquezas de relato relatos que realmente a vida não é justa. Lição positiva: Portanto, apesar de que o melhor mesmo é aceitar aquilo que vem à nossa frente com a melhor atitude possível, o fato é que temos que, continuamente, dar o nosso melhor, sonhar grandes sonhos e fazer aquilo que é o melhor possível.

2 - As pessoas tem os seus favoritos. É verdade que não é o que você sabe que realmente importa, mas quem você conhece é que realmente faz toda a diferença! Isso porque as pessoas jogam o jogo do favoritismo. Na prática, as coisas funcionam da seguinte maneira: algumas vezes não importa se você é a pessoa mais capacitada ou tem a melhor oferta naquela licitação. As pessoas vão fazer seus acordos com as pessoas que elas realmente gostam e tambem com aquelas que lhes dão um tapinha nas costas, ou com aquelas que realmente sabem massagear outros egos. Lição positiva: Creio que a lição a ser aprendida aqui é que enquanto lutamos para alcançar nossos sonhos, temos que desenvolver uma forte rede de sadios relacionamentos.

3 - As pessoas vão te decepcionar. Ser uma pessoa que faz o que diz pode ser uma bênção e uma maldição. Bênção porque sou capaz de olhar no espelho e ver a minha própria face todos os dias. Maldição porque a nossa tendência é ter uma expectativa muito alta das pessoas e certamente que as elas irão nos decepcionar porque elas são humanas, pecadoras e trazem consigo a sua humanidade depravada e como consequencia, não cumprem a sua palavra ou fazem aquilo que deveriam fazer. Eu poderia ter economizado muito stress emocional se eu soubesse disso antes de entrar nesse mundo. Lição positiva: Devo dimimuir em muito a expectativa que tenho das pessoas e entender que assim como elas eu também sou falho e necessito constantemente da graça de Deus.

4 - Nem todas as pessoas querem crescer. Ingenuamente eu achava que todas as pessoas gostariam de aprender e crescer. Eu pensava que as todas as pessoas queriam ser melhores e se aprimorar naquilo que elas faziam. A realidade é que a maioria das pessoas não quer crescer. Essa é a razão pela qual existe uma coisa que nós chamamos de “média.” A maioria das pessoas querem mesmo é ficar onde elas estão. Lição positiva: Não posso me conformar com a média. Deus me colocou neste mundo com um propósito, me deu dons e talentos e à semelhança da Parábola dos talentos, vai chegar o dia em que terei de apresentar os dividendos daquilo que me foi entregue.

5 - Casamento demanda trabalho e disciplina. Um bom casamento requer muito trabalho. Quando jovem você pensa: “Vou encontrar a garota dos meus sonhos e com ela viverei feliz para sempre.” O que ocorre é que você se esquece que o seu cônjuge é um ser humano e você também é, na maioria das vezes! Viver debaixo do mesmo teto com alguém que tem as suas preferências, gostos e desgostos, personalidade, intinerários, agendas e sem mencionar alvos na vida é algo que demanda muito trabalho! Lição positiva: numa relação de casamento vão haver oportunidades mil para explodir, mas á também no casamento que estão as maiores fontes de felicidade. Sempre vale a pena investir tempo e energia em retirar o que existe de melhor nesta vida.

Bônus: a despeito de tudo que mencionei acima, vale a pena viver esta vida! Nem todas as coisas mencionadas são “positivas” ou dignas de merecimento do nosso foco, mas elas são verdadeiras. Ser positivo não significa enfiar a cabeça num buraco do chão e evitar a negatividade da vida. Ser positivo significa ser realista, compreender os aspectos negativos da vida e optar pelo otimismo. Creio que o melhor cenário é o de lidar com o negativismo – com a melhor atitude possível – e direcionar o foco naquilo que é positivo (Fil 4:8).

A vida é boa, é dom e presente magnífico de Deus e eu posso fazer com que ela seja ainda melhor. Essas são apenas 5 lições dentre tantas que a vida tem me ensinado DEPOIS que entrei nesse mundo tão real. E dai? Bom, pelo menos aprendi essa lições e posso vivê-las pelo resto da minha vida com a maior intensidade possível! E eu espero que você também as viva.
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Nélio DaSilva é missionário da SEPAL e oferece treinamento específico na área de Assimilação e Integração de novos membros. Maiores informações podem ser obtidas no site www.multiplicando.com

Perdoar ou não perdoar?


Por Philip Yancey

Aos culpados, o perdão chega como graça maravilhosa. Aos ofendidos, perdoar pode soar como injustiça descabida. O senso moral da racionalidade faz a maioria das pessoas acharem que os culpados devem pagar suas dívidas. Quem perdoa é trouxa. Perdão é uma fraude.

Pense na história de Simon Wiesenthal, por exemplo, contada por ele mesmo na sua autobiografia, intitulada The Sunflower (O Girassol). Ele narra um pequeno incidente ocorrido durante a mais bem-sucedida campanha de "purificação étnica" do século passado, um incidente que explica bastante o que impeliu Wiesenthal a se tornar o principal caçador de nazistas e uma incansável voz pública contra os crimes do ódio.

Em 1944, Wiesenthal era um jovem prisioneiro polonês entre os nazistas. Ele tinha presenciado, indefeso, quando soldados nazistas assassinaram sua avó sobre a escadaria de sua casa e quando eles forçaram sua mãe a entrar em um vagão de carga abarrotado de mulheres judias idosas. Somados, oitenta e nove de seus parentes judeus morreriam nas mãos dos nazistas. O próprio Wiesenthal tentou cometer suicídio quando foi capturado.

Em um luminoso e ensolarado dia, quando o destacamento da prisão para onde Wiesenthal havia sido levado estava limpando o lixo de um hospital para feridos germânicos, uma enfermeira se aproximou dele. "Você é judeu?", ela perguntou hesitante, e depois lhe fez sinal para que a acompanhasse. Apreensivo, Wiesenthal a seguiu por uma escadaria acima e depois por um corredor até que chegaram a um quarto escuro, cheio de mofo, onde um soldado solitário jazia enfaixado. Faixas de gaze branca envolviam o rosto do homem, com aberturas para a boca, o nariz e as orelhas.

A enfermeira desapareceu, fechando a porta atrás dela para deixar o jovem prisioneiro sozinho com a espectral figura. O homem ferido era um oficial da SS, e ele mandara chamar Wiesenthal para uma confissão de leito de morte. "Meu nome é Karl", disse uma voz rouca que vinha de algum lugar de dentro das ataduras. "Preciso lhe contar a respeito desta coisa horrível — contar a você porque você é judeu."

Karl começou sua história lembrando sua criação católica e a fé da infância, que havia perdido na Juventude Hitlerista. Mais tarde se oferecera como voluntário para a SS e servira com distinção, retornando apenas recentemente, muito ferido, do front russo.

Por três vezes, enquanto Karl tentava contar sua história, Wiesenthal se afastou para sair. Todas as vezes o oficial estendeu a mão branca, quase sem sangue, para agarrar o braço dele. Implorou-lhe que ouvisse o que tinha acabado de experimentar na Ucrânia.

Na cidade de Dnyepropetrovsk, a unidade de Karl tropeçou sobre armadilhas de minas abandonadas pelos russos em retirada, as quais mataram trinta dos seus soldados. Em um ato de vingança, os SS reuniram trezentos judeus, ajuntaram-nos em uma casa de três andares, espalharam gasolina e jogaram granadas nela. Karl e seus homens fizeram um círculo ao redor da casa, com as armas engatilhadas para atirar contra qualquer um que tentasse escapar.

"Os gritos que vinham da casa eram horríveis", ele disse, revivendo a cena. "Vi um homem com uma criancinha nos braços. Suas roupas estavam em chamas. Ao lado havia uma mulher, sem dúvida a mãe da criança. Com a mão livre, o homem cobria os olhos da criança, depois ele pulou para a rua. Segundos depois a mãe o seguiu. Então, das outras janelas caíram corpos em chamas. Nós atiramos... Oh. Deus!"

O tempo todo Simon Wiesenthal ficou em silêncio, deixando o soldado germânico falar. Karl continuou descrevendo outras atrocidades, mas voltava sempre à cena do menino de cabelos negros e olhos escuros, caindo de um edifício, alvo dos tiros dos SS. "Estou abandonado aqui com a minha culpa", ele concluiu finalmente:

Nas últimas horas de minha vida você está comigo. Eu não sei quem você é, apenas sei que é judeu, e isso basta.

Eu sei que o que lhe contei é terrível. Nas longas noites enquanto aguardo a morte, de novo e de novo tenho desejado conversar a respeito disso com um judeu e pedir perdão a ele. Apenas não sabia se havia ainda judeus com vida... Sei que o que estou pedindo é

quase impossível para você, mas sem a sua resposta não posso morrer em paz.

Simon Wiesenthal, um arquiteto com vinte e poucos anos, agora um prisioneiro em um surrado uniforme com a Estrela de Davi amarela, sentiu o imenso fardo esmagador de sua raça sobre ele. Olhou pela janela para o pátio banhado de sol. Olhou para uma mosca verde zumbindo sobre o corpo do homem moribundo, atraída pelo cheiro.

"Finalmente, tomei uma resolução", Wiesenthal escreve, "e sem uma palavra, deixei o recinto".

The Sunflower tira o perdão da teoria e o lança no meio da história viva. O oficial da SS, Karl, morreu logo, sem o perdão de um judeu, mas Simon Wiesenthal viveu até ser libertado de um campo de extermínio pelas tropas americanas. A cena no hospital o perseguiu como um fantasma. Depois da guerra, Wiesenthal visitou a mãe do oficial em Stuttgart, esperando de alguma forma exorcizar da memória aquele dia. Em vez disso, a visita apenas tornou o oficial mais humano, pois a mãe falou com ternura da juventude piedosa de seu filho. Wiesenthal não teve coragem de lhe contar como ele havia terminado os seus dias.

Através dos anos, Wiesenthal perguntou a muitos rabinos e sacerdotes o que deveria ter feito. Finalmente, mais de vinte anos depois da guerra, ele escreveu a história e a enviou às mais iluminadas mentes éticas que conhecia: judeus, católicos, protestantes e pessoas sem religião. "O que você teria feito em meu lugar?", perguntava.

Dos trinta e dois homens e mulheres que responderam, apenas seis disseram que Wiesenthal havia errado em não perdoar ao alemão. Muitas disseram que Wiesenthal estava certo: não poderia ter perdoado ao soldado da SS, porque não teria sido justo. Por que um homem que consentiu com a prática de um mal tão extraordinário poderia esperar uma rápida sentença de perdão no seu leito de morte? Que direito tinha Wiesenthal de perdoar ao homem o mal que cometera contra outros judeus? Se Wiesenthal tivesse perdoado ao soldado, ele estaria dizendo que o Holocausto não fora tão terrível assim. “Que o soldado alemão vá para o inferno”, respondeu uma das pessoas consultadas.

Muitos de nós nos sentimos da mesma maneira quando somos injustamente feridos, ainda que em graus muito menos horrendos. Às vezes, nosso ódio é o único ás que ainda temos na nossa mão. Nosso desdém é nossa única arma; nosso plano para acertar as contas, nossa única consolação. Por que deveríamos perdoar?

Que resposta o evangelho pode dar à injustiça do perdão? Só pode ser que perdoar é, apesar de tudo, o melhor caminho para justiça e eqüidade.

Vingança nunca zera a dívida, pois pessoas alienadas nunca calculam o valor das ofensas usando a mesma matemática. Inimigos nunca concordam sobre o saldo da dívida, porque cada um sente as feridas que recebe de modo totalmente diferente das feridas que desfere. Quantos bombardeios equivalem ao atentado suicida? Quantas desfeitas dela pagam o tapa que ele lhe deu no rosto? Não podemos desforrar as ofensas; eis a fatalidade inerente a toda vingança.

O ato de perdoar nos remove da escada rolante da vingança e permite que os dois lados interrompam a sempre crescente cadeia de ofensas. Começamos tudo de novo. Começamos outra vez como se o ofensor não nos tivesse ferido. Contudo, começamos de novo a fim de iniciar um relacionamento melhor e mais íntegro. Provavelmente tornaremos a falhar. Precisaremos perdoar novamente. A porta para a justiça fechará vez após vez. E o perdão continuará sendo a única maneira de abri-la novamente.

É justo ser acorrentado à dor do passado? É justo ser surrado vez após vez pela mesma ferida antiga e injusta? Vingança é ter um vídeo plantado em sua alma que não pode ser desligado. Repassa a cena dolorosa incessantemente dentro da sua mente. Você fica amarrado aos seus replays instantâneos. E cada vez que reprisa a cena, você sente a pontada da dor outra vez. Isso é justo?

Perdoar desliga o vídeo da memória da dor. Perdoar liberta você. Perdoar é a única maneira de interromper o ciclo de dor injusta que revira sem parar na sua memória.

Por que perdoar? Porque perdoar é o único caminho de volta para integridade e justiça. “Que o soldado alemão vá para o inferno” são palavras de uma pessoa condenada a sofrer vez após vez a injusta dor do passado. Para que fim?


Texto extraído do livro “Maravilhosa Graça”, Philip Yancey, páginas 133 a 116, Editora Vida, e do artigo “Forgiveness – The Power to Change the Past” (Perdão – o Poder para Mudar o Passado), de Lewis B. Smedes, publicado na revista “Christianity Today”, 7 de janeiro de 1983.

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