por Fabrício Batistoni
Eclesiastes 2:1-11
Introdução
O orgulho, também chamado de soberba é o maior dos pecados.
No século IV, Evagrius Ponticus, um monge do deserto, desejoso de descobrir as mais profundas origens do pecado na alma humana, enumerou sete grandes pecados, intitulados os sete pecados capitais. A lista dos sete pecados capitais não é encontrada em nenhuma parte da Bíblia, mas seus efeitos e consequências são bem descritos, bem como as armas para vencê-los. Os sete pecados capitais não são tratados como situações estanques, mas como fator desencadeador de todos os demais pecados dos homens.
Frequentemente o orgulho é associado ao diabo. Este foi o pecado original de satanás. O orgulho também foi o pecado original de Adão (o nosso pecado), o desejo de ser como Deus, acima da Lei ao invés de sob ela.
O orgulho é o principal pecado porque é a violação do primeiro e grande mandamento.
O orgulho põe o eu na frente de Deus. Na história do fariseu e do publicano Jesus ilustra bem a atitude do orgulhoso. Ele se olha no espelho e admite para si mesmo que pode dizer com sinceridade que não é uma má pessoa: “Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens – ladrões, corruptos, adúlteros. O fariseu ressalta suas virtudes próprias e varre seus pecados para debaixo do tapete, não só para que os outros não vejam, mas para que, se possível, ele próprio não veja, e siga se achando justificado. Ele aprendeu a desenvolver seu senso de valor baseado em sua própria bondade.
Na Grécia antiga, Aristóteles chamou o orgulho de a maior das virtudes. O cristianismo o chamou de o maior dos pecados.
O problema é que o orgulho de cada um compete com o orgulho de todos os demais. Ou seja, o orgulho é essencialmente competidor; o orgulho não sente prazer em possuir algo, mas apenas em possuir mais do que o próximo. Dizemos que alguém tem orgulho de ser rico, ou de ser inteligente, ou de ter boa aparência, mas não é assim. A pessoa tem orgulho de ser mais rica, mais inteligente, ou de melhor aparência do que os outros (...) (P. Kreeft)
Agostinho via a soberba como o mesmo sentimento que levou Satanás a se afastar de Deus. Em sua raiz, a soberba é o desejo de desprezar todas as outras pessoas, ou em outros termos, é negar-se a reconhecer e admitir a presença, a igualdade ou mesmo a superioridade de qualquer outro.
O prazer de ser louvado não é orgulho. “Disse-lhe o senhor: Muito bem, servo bom e fiel... (Mateus 25:21)”; você está muito bonito hoje, você cantou muito bem. O mal começa quando nos comprazemos em nossa própria realização. É pensar: “é mesmo, como sou bom! Já que agi assim”.
Atitudes que me ajudam a vencer a soberba
Numa sociedade que recompensa a humildade exterior (é de mau tom parecer arrogante), algumas pessoas imitam comportamentos típicos de uma humildade típica. O maior perigo espiritual, no entanto, é a tentação da pessoa que é verdadeiramente humildade cair na armadilha do pecado, paradoxalmente, se tornar orgulhosa da sua humildade.
Confissão. Humildade requer de nós que sejamos brutalmente honestos conosco mesmo que a honestidade não nos deixe felizes. Humildade requer honestidade e integridade, que são incompatíveis com a interpretação de papéis e fachadas que assumimos na nossa vida diária. A auto-revelação servirá de antídoto para o orgulho. A pessoa humilde realmente admite a culpa e pacientemente ouve a reprovação e a raiva dos seus inimigos.
Servir. “Humildade é pensar menos em si mesmo” (C.S. Lewis). Não é dizermos para nós mesmos que somos inúteis, que não servimos para nada, que seria melhor se estivéssemos mortos e assim por diante. Na maioria das vezes, isso é autopiedade. Como posso ser humilde se estou sempre prestando atenção só em mim mesmo - se toda minha ação tiver como objeto o meu próprio prazer? O humilde nunca se engaja em atividades para angariar honra ou glória mas é motivado pela benevolência e a glória de Deus.
Se eu fizer isso, sem dúvida, um trono ficará vazio no meu coração, e é vital que eu tome uma boa decisão quanto a quem deveria ocupar esse trono. Ocupá-lo com outra pessoa, uma paixão por um time de futebol ou uma ambição profissional ou acadêmica não vale a pena. Ocupar este trono com uma atividade religiosa irrefletida, que não visa a glória de Deus, é engano satânico. Você está disposto a confessar a soberba ou é orgulhoso demais para admitir que não precisa do perdão de Deus?
Caros amigos e amigas, este blog é um meio que encontrei de compartilhar artigos, textos, reflexões bíblicas sobre a vida e os desafios de se por em prática aquilo que cremos. Boa leitura!
domingo, 28 de fevereiro de 2010
domingo, 7 de fevereiro de 2010
A RESPEITO DE COISAS QUE EU NÃO POSSO DEIXAR DE SABER
por Ed René Kivitz
Você sabia que foi apenas no ano 190 d.C. que a palavra grega ekklesia, que traduzimos como igreja, foi pela primeira vez utilizada para se referir a um lugar de reuniões dos cristãos? Sabia também que esse lugar de reuniões era uma casa, e não um templo, já que os templos cristãos surgiram apenas no século IV, após a conversão de Constantino? Você sabia que os cristãos não chamavam seus lugares de reuniões de templos até pelo menos o século V? Você sabia que o primeiro templo cristão começou a ser construído por Constantino, sob influência de sua mãe Helena, em 327 d.C., às custas de recursos públicos, e sua arquitetura seguia o modelo das basílicas, as sedes governamentais da Grécia e, posteriormente, de Roma, e dos templos pagãos da Síria? Você sabia que as basílicas cristãs foram construídas com uma plataforma elevada acima do nível da congregação e que no centro da plataforma figurava o altar, e à sua frente a cadeira do Bispo, que era chamada de cátedra? Você sabia que o termo ex cathedra significa "desde o trono", numa alusão ao trono do juiz romano, e, por conseguinte, era o lugar mais privilegiado e honroso do templo? Você sabia que o Bispo pregava sentado, ex cathedra, numa posição em que o sol resplandecia em sua face enquanto ele falava à congregação, pois Constantino, mesmo após a sua conversão ao Cristianismo, jamais deixou de ser um adorador do deus sol? Você sabia que o atual modelo hierárquico do Cristianismo, que distingue clero e laicato, teve origem e ou foi profundamente afetado pela arquitetura original dos templos do período Constantino?
Você sabia que Jesus não fundou o Cristianismo, e que o que chamamos hoje de Cristianismo é uma construção religiosa humana, feita pelos seguidores de Jesus ao longo de mais de dois mil anos de história? Você sabia que o que chamamos hoje de Cristianismo está profundamente afetado por pelo menos três grandes eras: a era de Constantino, a era da Reforma Protestante e a era dos Avivamentos na Inglaterra e nos Estados Unidos? Você sabia que é praticamente impossível saber a distância que existe entre o que Jesus tinha em mente quando declarou que edificaria a sua ekklesia e o que temos hoje como Cristianismo Católico Romano, Protestante, Ortodoxo, Pentecostal, Neopentecostal e Pseudopentecostal?
Você sabia que os primeiros cristãos se preocuparam em relatar as intenções originais de Jesus com vistas a estender seu movimento até os confins da terra? Você sabia que este relato está registrado no Novo Testamento, mais precisamente nos Evangelhos e no livro de Atos dos Apóstolos? Você sabia que o terceiro evangelho, Evangelho Segundo Lucas, e o livro dos Atos deveriam formar no princípio uma só obra, que hoje chamaríamos de "História das origens cristãs"? Você sabia que os livros foram separados quando os cristãos desejaram possuir os quatro evangelhos num mesmo códice, e que isso aconteceu por volta de 150 d.C.? Você sabia que o título "Atos dos Apóstolos" surgiu nessa época, segundo costume da literatura helenística, que já possuía entre outros os "Atos de Anibal" e os "Atos de Alexandre"?
Nesse emaranhado de coisas que eu não sabia, três coisas eu sei. A primeira é que a crítica que o mundo secular faz ao Cristianismo institucional tem sérios fundamentos, ou como disse Tony Campolo: "Os inimigos estão parcialmente certos". A segunda coisa que sei é que nesta Babel que vem se tornando o movimento evangélico brasileiro, está cada vez mais difícil identificar a essência do Evangelho de Jesus Cristo, nosso Senhor. A terceira coisa que sei é que vale a pena perguntar aos primeiros cristãos o que eles entenderam a respeito de Jesus, sua mensagem, sua proposta de vida e suas intenções originais. Vale a pena voltar à Bíblia. Não há outra fonte segura de informação e formação espiritual, senão a Bíblia Sagrada, especialmente o Novo Testamento.
Convido você a nos acompanhar nessa caminhada. Seja Deus nosso guia, mediante seu Espírito Santo, que nos leva a toda a verdade.
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